Tenho uma carteira na loja. De um desconhecido. De uma pessoa que, a mim, não me diz nada. Tem uns cartões com um nome nada familiar. Veio parar às minhas mãos através de uma funcionária da junta de freguesia que andava a varrer as ruas e encontrou aquele objecto. Como estava perto do meu café, veio entregar-me com a esperança de eu saber quem era o seu proprietário. Como não sabia disse-me que iria deitá-la no lixo. No lixo? Como assim? Pois é, meus amigos, aqueles funcionários públicos têm ordens superiores para, quando encontrarem algum objecto (como carteiras), mesmo estando identificado, podem deitar no lixo. Esta situação acontece porque a burocracia para entregar uma simples carteira perdida às entidades responsáveis por estes casos é tanta que é preferível deitá-la no lixo e esquecer o assunto. Deste modo, resolvi aceitar a carteira na esperança que o seu dono apareça.
E é nesta sociedade em que vivemos.
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