quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ontem pensei em ti e hoje apateceu-me dize-lo

Com o teste de Ordenamento da Paisagem mesmo à porta, os meus livros espalham-se pela mesa, estando à vista muitos post its, muitos pensamentos e algumas notas de referência.
Ontem vagueei não pelas frases rígidas e directas nem pelas leis duras de um Diário da República mas escolhi acabar a minha noite num livro que aborda esta disciplina de uma forma filosófica, bela recorrendo até a várias canções fazendo um género de analogia entre a matéria transcrita e a mensagem da própria música.
No troço de texto que antecede o meu desvio de pensamento para ti, abordava a influência que o homem tem sobre a natureza, no que refere ao desrespeito da sua complexidade e da inter-relação que os seres têm uns com os outros. Esta inevitável necessidade que o homem tem em colocar e estabelecer uma ordem e simplificar tudo o que vê e conhece tem vindo a provocar um artificialismo da paisagem que a curto prazo irá provocar a sua desertificação, a sua morte. Este artificialismo que falo pode ser visto tanto nas urbanizações pobres em pormenores de surpresa, como em obras com impactos na paisagem e no ambiente não previstos, na monocultura, na plantação de matas estremes e na criação  de animais, todos da mesma espécie e idade.
Esta situação resulta de uma cultura dominada pela mecanização com vista aos lucros finais sem olhar aos meios.
Desta forma, as leis da própria natureza não são respeitadas, o meio que necessitamos para sobreviver fica cada vez mais pobre e isso leva a uma morte tanto dele como nossa.
Nesta linha deste pensamento eis o momento que me lembrei de ti:
"Alargando um pouco o âmbito da discussão, lembre-se que uma maneira de pensar redutora - que vê os rios canais que transportam água, as montanhas como pedreiras, as plantas dos campos com ervas daninhas, para só citar alguns exemplos - tem causado e causa os maiores danos ao ambiente - e até às relações humanas. Como nos diz uma canção de Mafalda Veiga cantada em espanhol: o "herói" da canção, no meio da batalha, só quando a luz de um clarão iluminou a cena de combate, reparou que "aquele soldado inimigo" era afinal "o meu amigo José"."

1 comentário:

Sandrine disse...

Que múscia mais linda essa :)

Beijo doce minha amiga
s