Os gelos estão a derreter no Árctico (menos 18% no último Verão), mas as suas consequências sobre o clima não preocupam as grandes potências. O que as preocupa é não perderem a oportunidade de se situarem desde já na corrida às novas possibilidades de exploração das riquezas minerais do Árctico que o degelo irá pôr a descoberto e proporcionar. Países como a China, o Japão, a Índia, a Coreia do Sul ou a Itália (cuja proximidade geográfica do Árctico é tão grande quanto a minha proximidade com as teses de terrorismo económico de Vítor Gaspar), correram a obter o estatuto de observadores do Conselho do Árctico, ultrapassando na sua pressa multinacionais como a Exxon, a Shell, a ConocoPhillips. O mundo pode acabar, mas não sem que antes se consumam todos os negócios possíveis.
É assim que começa o texto de Miguel Sousa Tavares no Jornal Expresso desde Sábado.
A transmitir a dura e crua realidade do mundo. Não interessa o futuro ou as consequências que um negócio à partida pode trazer a uma ou outra empresa. O que importa é o lucro que esse negócio traz a essas mesmas empresas. Se ecossistemas estão em risco e com ele são postas em causa a vida, não só de animais selvagens mas também a vida na terra, para os senhores destas mesmas empresas é um assunto que aparentemente não os preocupa.
Para quê? Se o que irão ganhar é motivo mais que suficiente para festejar.
Será que estes grandes senhores, ao contrário dos restantes, quando morrerem levam todo o dinheiro que conseguirem em vida? Será que dormem de consciência tranquila com este tipo de negócios?
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