Estava a nevar quando saí esta manhã de casa.
Dei comigo a pensar: Será que o tempo sabe que hoje será o meu último dia de ir à escola, que vou ter a minha última apresentação aqui e que hoje será o dia que irei abandonar a minha bicicleta?
Hoje fui para a escola e os flocos de neve batiam-me na cara ao mesmo tempo que entravam nos meus olhos. Era desconfortante mas naquele momento senti-me bem. Fazer um dia comum a tantos outros, mas a ir para a escola a nevar. O tempo sueco não me deixou ficar mal nesse aspecto.
Ver a paisagem branca enquanto o caminho ficava mais curto, foi algo diferente, algo que nunca na minha vida tinha presenciado.
Já vi nevar, já senti outrora a neve mas ir para a escola e a nevar ao mesmo tempo, nunca.
Levava comigo alguns livros para devolver à biblioteca e a minha pen que continha a minha apresentação.
Alguns dos slides apresentados foram estes:
A apresentação correu bem, estava muito à vontade, a fala não foi má e o pessoal percebeu aquilo que disse. Houve perguntas parvas mas outras interessantes.
De uma maneira geral correu bem.
Quando saí do edifício a paisagem tinha voltado ao normal. Sem neve, sem branco presente no solo.
Neste momento começou outro difícil, largar a minha mais fiel companheira nos momentos que passei na Suécia, a minha bicicleta.
Neste momento deixaria de ser minha para passar a ser do mundo, daquele que a apanhasse.
Durante quatro meses foi quem mais presenciou a minha vida, levava quando ia conhecer alguns lugares, presenciou os meus momentos stressantes, os dias em que chegava atrasada, e aquele que tinha tudo sob controlo. Tudo isto ela aguentou, comigo.
Hoje deixei-a para ser livre.
Deixei-a protegida.
Sinto-me nostálgica por a ter deixado.
Neste momento o céu está azul como há muitas semanas não se via.
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