Ontem foi véspera de Natal.
Ontem a família veio encher a casa.
Ontem houve a distribuição das prendas.
Ontem o Pai Natal veio compor a nossa Árvore de Natal.
Ontem o meu irmão e a minha mãe fizeram anos.
Mas em contra partida, ontem senti-me um pouco desiludida com aquilo que via à minha frente durante a troca de prendas.
Comecei a pensar naquilo que recebia quando era pequena, comecei a recordar a importância em termos de quantidade e qualidade que as minhas prendas tinham perante todas as restantes por ser uma criança.
A minha conclusão foi que não havia nenhuma. Lembro-me de receber aquilo que cria, mas também me lembro que havia muita coisa que não passava da lista de pedidos.
Hoje e perante aquilo que vi, ontem fiquei um pouco desiludida.
Será que sou eu que tenho um pensamento antiquado?
Mas é antiquado pensar que é absurdo oferecer uma PSP2 portátil a uma criança de 4 anos?
Será antiquado pensar que é absurdo que as crianças sejam mimadas não só pela quantidade mas também pela qualidade?
Aquilo que vi ontem foi o consumismo e o exagero que estas mães de hoje em dia têm perante os caprichos dos filhos.
Aquilo que vi ontem foram os filhos inicialmente a ligarem mais aos brinquedos mais simples, foi a não ligarem a todos os que receberam.
Penso que não é necessário tanto consumismo, tanta fartura.
Não acredito que estas crianças sejam melhores ou que tenham uma educação mais correcta por terem aquela quantidade de brinquedos. Até pelo contrario, para mim tudo reverte contra as próprias crianças. Só espero que a linhagem de pensamentos não aconteça.
Bom, se por acaso o meu filho tiver aquela quantidade toda de brinquedos, fica aqui escrito que doou os brinquedos a mais!