quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Mais um ano



Pelo reaparecimento deste anúncio na televisão, relembra-nos a fase das prendas e dos doces. 
Este ano o música da Popota é da versão do Lmfão. 
A minha opinião em relação à protagonista é que o seu modelito já viu dias melhores.  

Por aqui a constipação já deu de si...


... E em força!

domingo, 28 de outubro de 2012

Uma supresa



A Pastelaria Signo Aquarius é daqueles lugares que vende estas pequenas delicias envolvidas nesta caixa bonita que faz pena deitar fora. 
Um sabor a noz e outro a chocolate foram os sabores que me surpreenderam. Bons demais!
Que venham mais destes presentes que a menina agradece!

Tempo

Batem relógios no raiar dos dias,
Por cada batida novas fantasias.
Loucas palavras, luzes cor de mel,
Ventos que trazem nuvens de papel.

Diz-me o que hei-de eu fazer,
Sinto no tempo o meu tempo a morrer
Quanto mais longe mais perto de ti.

Vozes ao longe chamam por mim,
Cantigas, magia, passos de arlequim.
Estrelas cadentes na palma da mão
Milagres, duendes, rasgos de paixão

Ouço os segredos do fundo do mar
Barcos perdidos, sereias a cantar.
Trago o teu nome escrito no peito,
Volta para mim, faz teu o meu leito.

                                 [Pedro Abrunhosa]

sábado, 27 de outubro de 2012

Finalmente o dia

O dia de ir ver Ornatos Violeta chegou. Ir até Lisboa depois de tanto tempo ausente também. 
Mal chegámos à estação do metro do Chiado deparámo-nos com uma fila enorme de pessoas e no fim uma banca com pasteis de nata. "UaU". Como típicas portugas e sem qualquer vergonha perguntámos de estavam a dar. "SIM"
"Bora para a fila!"




Depois destas delícias nada melhor como encontrar um café para escapar à chuva e esperar pelo resto do pessoal que iria ver o concerto tão desejado por todos. 
Nada melhor que ir conhecer o Starbucks de Lisboa, pois até há bem pouco tempo é que soube que Portugal também os tinha. 
Belos tempos que passei em Londres e em Oxford ao sabor de um café e de um muffin. Claro que não resisti em pedir essa guloseima para matar as saudades.
A ansiedade de voltar a saborear este dose e poder matar saudades do seu sabor possuiu-me. Mas desde já aqui escrevo que fiquei desiludida, pois aquele que comi no Starbucks de Lisboa é diferente daqueles que comi tanto em Londres como em Oxford pois no primeiro lugar o muffin ausenta do recheio de chocolate líquido no seu interior. Apesar de ter matado saudades não deixei de ficar um pouco desiludida.
Adiante!




Ainda não eram 21h e já nos encontrávamos na fila para o Coliseu dos Recreios. Era notória a vontade de todos em ver aqueles concerto. As músicas eram recordadas e os nervos aumentavam.  





Começou com aproximadamente 15 minutos de atraso mas o espectáculo vivido valeu o tempo de espera, valeu os 7 meses de ansiedade. Subiram 4 vezes ao palco. A energia das letras, do ritmo das músicas e a vontade de viver o momento fizeram-me suar, como se numa aula de combat estivesse. 
Foi sem dúvida um grande concerto.



Aqui vemos uma pessoa do público a subir ao palco e tocar com eles. Foi lindo!






A música que tardou mas apareceu!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Pérola #25

Já disse que não, obrigada!

"És jovens, tens a vida pela frente, vai para fora."
"Emigra!"
"Este país não tem nada para te oferecer."
"Preferes fazer jardins nos Estados Unidos, ou lavar pratos em Portugal?"

São algumas abordagens que nos últimos tempos mais tenho ouvido. 
Sou jovem e estou prestes a terminar o Mestrado em Arquitectura Paisagista. Embora saiba que, para muita gente estou numa bela altura para pensar em sair deste país cada vez mais afundado em impostos, o que é certo é que, para mim, esse pensamento está muito longe de acontecer, muito longe nos meus objectivos de vida.
Por isso, a resposta que dei quanto à pergunta mencionada em cima foi: "Prefiro lavar pratos em Portugal."
É sonhar pequeno? Não.
É optar por ficar em Portugal, perto da família, dos amigos que optem também por ficar e por me sentir constantemente em casa. 
Já estive em Erasmus e sei o que é viver alguns meses fora do meu país. Gostei da experiência  não gostei do clima, da gastronomia, das poucas horas de sol e senti falta do povo português. Não me via a viver na Suécia. Preciso do nosso clima, preciso das nossas praia, preciso do povo português para me sentir feliz. 
Não quero ir para fora. Quero ficar aqui nem que seja a lavar pratos. 
Será que é assim tão difícil compreender esta minha forma de estar na vida?

domingo, 21 de outubro de 2012

Fotografia/Natureza

The Edge Effect é o mais recente trabalho do fotografo norte-americano Daniel Kukla. Com apenas um espelho de grandes dimensões, um cavalete de pintores e utilizando os elementos naturais do Parque Nacional Joshua Tree, na Califórnia, Daniel conseguiu obter um leque diversificado de imagens de grandes contrastes, ambiências, cores e texturas simultaneamente de grande interacção dos próprios elementos da natureza.
Um trabalho inteligente e de grande interesse e curiosidade para quem o observa.






Mais uma...

Há dias fui ao Centro de Emprego (ou ao Centro de Desemprego, como queiram chamar) e deparei-me com um situação que hoje em dia deve ser muito recorrente em Portugal.
Estava eu à espera da minha vez quando uma rapariga, jovem, entrou e foi até à recepcionista. Indicou-lhe que queria anular a sua inscrição no centro de emprego. Tanto a mulher que a atendeu como eu, pensámos que era uma das poucas pessoas com a sorte de ter conseguido arranjar algo (boa)! Mas, depois do comentário da mulher recepcionista, a jovem informou-lhe que ia para o estrangeiro. 
Afinal, pode ter conseguido encontrar trabalho, mas não foi, com toda a certeza aqui, no país dela!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O tão desejado concerto está mesmo aí


A uma semana do concerto dos Ornatos Violeta em Lisboa, cresce a ansiedade e a expectativa de os ver, de cantar com eles as suas músicas que fui ouvindo ao longo dos anos na esperança que este fenómeno um dia chegasse. É com Elísio Donas (teclados), Kinorm (bateria), Manuel Cruz (voz), Nuno Prata (baixo) e Peixe (guitarra) que no próximo dia 25 o Coliseu dos Recreio vem abaixo!
Começaram por dar apenas um concerto em Lisboa e outro no Porto. Hoje vão em 6 no total (de 25 a 27 de Outubro, em Lisboa, e de 30 a 1 de Novembro, no Porto) e há muito que todos estes concertos estão esgotados. 
A uma semana do primeiro e tão desejado concerto, a revista Visão publicou uma entrevista realizada momentos antes do grupo subir ao palco no Festival Paredes de Coura que aqui passo a transcrever.

Regresso
Manuel Cruz (MC): Foi o culminar de uma pressão positiva, de uma aglomeração de vontades de muitas pessoas... E a circunstância de estarmos dispostos a considerar essa possibilidade,, por causa da distância em relação à época em que nos separámos. Conseguimos ver isto não como um regresso, mas como uma celebração. Não do que fomos, mas do que somos agora.
Elísio Donas (ED): Temos um passado, que são os Ornatos, mas, entretanto, tivemos a necessidade de criar um presente. E os Ornatos foram crescendo um pouco fora de nós, sem nos darmos conta disso...
Kinorm (K): A ideia inicial era um só concerto, mas as coisas foram evoluindo e saíram do nosso controlo.
ED: Tocar num sítio como o Pavilhão Atlântico nunca foi muito o nosso estilo, e a solução foi fazer vários coliseus. Decidimos agendar mais datas para que todos pudessem ir, um pouco como as peças de teatro, que se mantêm em cena enquanto têm público...
MC: Passado todo este tempo, é bonito sentir que a nossa música é algo importante para muitas pessoas. Ao contrário de quando era mais novo, quando disfarçava a falta de confiança com uma certa vaidade e arrogância, hoje sinto-me capaz de aceitar e usufruir essa realidade. Se alguém me diz que uma música nossa foi importante em determinado momento da sua vida, só tenho de me sentir orgulhoso com isso.

Fenómeno
ED: Não tínhamos a noção exacta de como seria. As pessoas à nossa volta, a família e os amigos, diziam-nos que seria assim, mas esses são sempre muito parciais. Na internet, já havia alguns sinais, mas nunca se sabe...
K: Pontualmente, entre nós, sentimo-nos muito bem com a dimensão que isto atingiu, mas depois chegamos à sala de ensaios e esquecemos tudo, só estamos preocupados em que as músicas saiam bem. Quanto ao que se passa fora dali, até é melhor não pensarmos muito nisso. 

Relação
ED: Neste momento, estamos na melhor onda possível, que é estarmos os cinco de novo juntos.
K: Depois da separação da banda, cada um seguiu os seus projectos, conhecemos outras pessoas e outras realidades, mas sempre mantivemos contacto, até porque muitos de nós continuaram a tocar juntos. O Manuel fez parte dos Pluto, com o Peixe. Eu e o Elísio tocámos com o Nuno... Essa rotina de partilharmos, todos os dias, a sala de ensaios é que deixou de existir e, como é natural, afastámo-nos um pouco...
Peixe (P): Mas nunca apagámos os números de telefone uns dos outros...
ED: Como todas as pessoas, temos de trabalhar para ganhar a vida e isso, às vezes, não deixa muito tempo para estar com os amigos. Agora é fantástico reunirmo-nos outra vez, todos os dias da semana, para tocarmos...

Rotinas
ED: Não recuperámos as rotinas, criámos outras, mais saudáveis. E ainda bem que assim foi, porque somos outras pessoas. Agora, só ensaiamos de manhã e à tarde, já não tocamos noite fora. E, em vez de, depois, irmos para os copos, vai cada um para a sua casa...
MC: O mais importante foi sentir que havia sintonia entre nós, porque isso significa que estamos bem uns com os outros. Como tocámos muito tempo juntos, a nível técnico, este regresso seria sempre fácil, mas depois há o outro lado. E a verdade é que nos continuamos a divertir muito juntos, rimo-nos das mesmas parvoíces, ainda gostamos de jogar matraquilhos, até temos uma mesa no estúdio. A  minha dúvida residia em saber como é que a música ia soar agora, porque, quer queiramos quer não, somos pessoas diferentes. As nossas ansiedades são diferentes das de há 15 ou 20 anos. Temos outro modo de ver o mundo... E isso sente-se na música. No início, ainda ouvi os discos, mas, depois, desisti, porque não me queria colar ao registo do passado e tinha de deixar de ter medo de já não ser aquilo que era, na altura. Não queria imitar-me, mas sim tirar prazer das músicas agora. E isso aconteceu.
ED: Conhecemo-nos muito bem e isso é uma vantagem em palco. Basta-me olhar para cada um deles para saber o que estão a sentir...

Separação
MC: Aconteceu, porque éramos uns putos a crescer para a vida, que se viram obrigados a assumir responsabilidades para as quais não estavam preparados. A questão do dinheiro, por exemplo... Hoje sabemos que, de uma forma ou de outra, acabamos sempre por nos desenrascar, mas, na altura, a perspectiva do futuro era uma preocupação. Foram esses medos que determinaram a separação... Estávamos numa situação em que não conseguíamos dar uma resposta comum, enquanto grupo. Havia várias perspectivas individuais, mas nenhuma colectiva. Agora percebo que fizemos o correcto. Continuarmos juntos teria sido um erro...
ED: Acima de tudo, foi o cansaço... Foram onze anos juntos, em que vivemos tudo de forma muito intensa. Chegámos ao cúmulo de morar juntos... Dormíamos a um metro uns dos outros, depois íamos tocar e, no regresso, tirávamos à sorte quem ia lavar a loiça... Era uma coisa doentia, pior que um casamento, porque nem sequer havia sexo...
Nuno Prata (NP): Mas também acabámos por causa da música. Eu, pessoalmente, queria fazer outras coisas, já não me via a encaixar nos Ornatos...
ED: Começámos a querer impor as nossas ideias aos outros...
MC: E, a partir do momento em que o dinheiro entra na equação, tudo se torna mais difícil. Enquanto as coisas não dão dinheiro, não há qualquer tipo de pressão... Mas, depois, era a escolha do single para passar na rádio, eram os alinhamentos dos concertos, era a obrigação de editar de dois em dois anos...
ED: Tínhamos de justificar as nossas decisões perante muita gente e hoje isso não acontece... Antigamente, éramos só os Ornatos, mas hoje o nosso mundo é muito maior, todos temos os nossos próprios projectos, tocámos com muita gente e agora trazemos tudo isso para a banda... Estamos juntos apenas porque nos apetece tocar em conjunto...
P: Para mim, o fim dos Ornatos foi um período doloroso, mas, enquanto músico, foi o melhor que me aconteceu, pois permitiu-me diversificar a minha actividade. 

Futuro
P: Para já, não há nada novo... Fizemos uma ou outra "jam session", em estúdio, mas ainda não gravámos nada.
ED: Às vezes prococamo-nos...
NP: Mas não faz parte dos planos... Quando vejo alguém a inventar algo novo até fico assustado... Digo logo que estamos a perder tempo e devíamos era estar a ensaiar para o espectáculo.
MC: Se essa vontade existir, acabará por acontecer. Mas, se acontecer, já não será Ornatos Violeta, será outra coisa qualquer...

Entrevista na Revista Visão Nº 1024

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Há pensamentos que me tiram do sério

José António Saraiva partilhou no site da Sol um pensamento sobre a situação portuguesa bem como demonstrou que afinal, os políticos portugueses até estão a fazer um bom trabalho, nós, povo portugueses, é que estamos a ser ingratos para com eles. 
Diz que "o ambiente é tão carregado que, mesmo aqueles que pensam que o país está a fazer aquilo que tinha de fazer, não têm coragem para o dizer alto. Envergonham-se. Um dia destes, arriscamo-nos a ter o estrangeiro todo a dizer bem de nós, a elogiar os nossos governantes, a apresentar-nos como exemplo - e nós a fazermos manifestações à porta do Parlamento e a assobiarmos os políticos."
Num país onde a taxa de desemprego está a aumentar, onde apenas se sobrevive (não se vive), onde os jovens têm que se contentar em trabalhar 8 horas por dia a ganhar o ordenado mínimo que lhes serve para pagar a casa e as contas, e onde há cada vez mais famílias a entregarem as suas casas aos bancos por não as conseguir pagar, nós, povo português  devemos agradecer por estes feitos, porque afinal, podemos não ter comida para viver e um tecto para dormir, mas a Europa está a ver-nos com bons olhos. 
Senhor José António Saraiva, gostava de saber se o seu discurso seria o mesmo, aquele onde defende que os nossos políticos estão a ir no caminho certo, se por acaso deixasse de ter dinheiro para dar de comer aos seus filhos em virtude da subida de impostos que o Governo, que tanto elogia, está a fazer!!!

Hoje é daqueles dias...


...que só apetece estar em casa, ver um filme e ouvir a chuva lá fora...

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Pérola #24

Porquê apenas o cigarro?

Já há alguns anos que vemos nas caixas dos cigarros mensagens como, "Fumar mata" ou "Os fumadores morrem prematuramente". Ainda me pergunto o porquê da iniciativa, qual o seu objectivo, já que quando estas mensagens começaram a surgir a questão de que o cigarro apenas fazia mal era de conhecimento público. Por outro lado, este tipo de mensagens não são milagrosas, são sim horrendas. Para além destes escritos nos maços de cigarros, há também a componente das imagens expostas nas ruas, em cartazes ou nos postos de saúde, ainda mais horrendas, que nos mostram os efeitos dos cigarros na saúde humana, como a dos pulmões pretos, pessoas sem dentes, vestígios de cancros provocados pelos cigarros consumidos entre outras realidades e características.  
O que ainda não percebi, e transcrevendo a mensagem que recebi via mail, é porque é que ainda não se começa a colocar imagens e mensagens em casos como, pessoas obesas nos pacotes de batatas fritas, animais torturados nos produtos cosméticos, os trágicos acidentes de trânsito nas garrafas e latas de bebidas alcoólicas, pessoas sem tecto e sem comida nas contas da água e da luz, e de políticos corruptos nos guias de pagamento de impostos? É só o tabaco que nos faz mal? É só o tabaco que nos destrói a saúde física e  até mental? 

Este ano eu portei-me, e continuo a portar-me, muito bem...



Lindas, lindas, lindas e de fabrico nacional, são estas botas que acabo de me apaixonar. Tenho realmente muita pena ao seu preço que me obriga a vê-las apenas em pés alheios. 

domingo, 14 de outubro de 2012

E é assim...


É Outubro,
Vim da terra,
O meu jantar foi... Um único fruto: Dióspiros.

Gosto tanto destas ideias!

Hoje o céu ofereceu...



Este fim-de-semana foi em Idanha-a-Velha




De longe pouco se via, mas ao passar a curva, a terra apareceu. Idanha-a-Velha acolheu este fim-de-semana a Festa do Pão. Durante o tempo de exposição várias barracas expunham os produtos regionais ao mesmo tempo que a alegria dada por um grupo de batuques preenchia a atmosfera do espaço pequeno, mas muito acolhedor. 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Há músicas...



... Que são mais que músicas.
... Que são mais que letras.
... São momentos.
... São épocas.
... São nostalgia.
... São felicidade.

O estado da aldeia


É cada vez mais flagrante o abandono e o vazio que as aldeias portuguesas estão a viver nos dias de hoje. Estão a ficar sem jovens, sem vida, sem movimento. 
Longe do mundo que está para além da periferia da vivência, ou até da convivência, o povo vive o dia-a-dia sem preocupações, sem pressas (para quê?) e sem jovens.
As pessoas de fora começam a ser estranhas para a calçada gasta pelo tempo e pelo uso de outrora. Os velhos que ficam perguntam, com mais frequência, "quem é aquela(e) menina(o)?" "de quem é filha(o)?" expectantes por verem uma cara que lhes é nova, que lhes é fora do seu círculo de caras diárias.
A aldeia anda a ficar com menos caras novas e quando as vêem é por um curto espaço de tempo.  
Não querem saber porque não conhecem. 
Não gostam de estar cá porque não têm com quem conviver. Têm os dias vazios, tal como os velhotes da aldeia.
A cada Verão que passa, já não é cheio, já não é feito de amores e desamores, das primeiras festas, das primeiras saídas, da expectativa da próxima festa, das tardes de calor em excesso, das parvoíces de quem não tem nada para fazer, dos percursos longos de bicicleta, das canções que nos enchem a voz e o coração... Enfim, eternos momentos que ficaram para sempre no coração de quem os viveu, de quem os sentiu em pleno e por fim, de quem sabe o gosto de que é ter uma terra para viver as férias de Verão.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Há coisas que nos passam ao lado


O aluno do ISCSP que terá assobiado e insultado o primeiro-ministro foi alvo de um inquérito  disciplinar. Aqui está um procedimento potencialmente arriscado. Dêmos graças a Deus pelo "numerus clausus", porque se todo o povo português pudesse frequentar o ISCSP, a Portucel não conseguiria produzir resmas suficientes para registar tanto processo. Impossibilitado pelo regulamento académico de inquirir toda a população de Portugal, o presidente do ISCSP teve de contentar-se com uma única inquirição.
Infelizmente, as notícias sobre o caso não revelam o teor do insulto proferido. Numa altura em que milhares  de cidadãos se manifestam com sanha, gritam palavras de ordem azedas, concebem cartazes obscenos e ainda injuriam avulsamente no dia-a-dia, um rapaz de 20 anos onsegue congeminar um insulto que se destaca de todos os outros. Que estupenda ignomínia foi essa? Os jornais não dizem, o que é significativo do estado em que se encontra o jornalismo português. 
Do ponto de vista académico, o jovem merece menos um inquérito do que um louvor. Para um estudante de um instituto de ciência política, insultar o primeiro-ministro não é passatempo, é dissertação; não é protesto, é TPC. Além disso, o insulto foi tão bem concebido que chamou a atenção de um segurança do primeiro.ministro, que, perante a gravidade da ofensa, se sentiu na obrigação de ser, mais do que guarda-costas, guarda-dignidades.
É possível que o insulto permaneça na obscuridade por acção zelosa dos serviços secretos. Se uma ofensa desta dimensão caísse no domínio público, qualquer cidadão poderia utilizá-la, em todo o lado e a toda a hora, mortificando continuadamente a honra do primeiro-ministro. Trata-se, pelos vistos, de um enxovalho de maledicência maciça, e não admira que tenha sido decidido, ao mais alto nível, abafá-lo.
Em defesa do estudante, tem sido dito que o governo também insulta os portugueses. E deu-se como exemplo a recente intervenção de António Borges, segundo o qual os empresários portugueses críticos da TSU não passariam do primeiro ano do curso que lecciona na universidade. Ora, sucede que isto não é um insulto. António Borges não está a sugerir que os empresários não seriam capazes de obter a licenciatura. Não passar do primeiro ano não impede ninguém de tirar o curso. Miguel Relvas não passou do primeiro ano e nem por isso deixou de se licenciar. Temos mesmo de parar de ser tão sensíveis.


Ricardo Araújo Pereira   

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Pérola #23

O mais recente elemento que alegra a casa



Mais uma mudança


Aos poucos a vida universitária vai sendo deixada para trás. Primeiro deixei a casa onde sempre habitei enquanto estive em Évora, depois as aulas que foram substituídas pelo estágio curricular e que entretanto teve o seu fim, e agora o cartão que comprovava o meu estatuto de estudante.
O cartão que me identificava como estudante da Universidade de Évora foi substituído por um cartão banal, igual a tantos outros. Agora, no acto de pagar qualquer coisa, já não terei tanto gosto e orgulho, pois serei um cliente normal do BES em vez de um cliente do BES que estuda na Universidade de Évora.
Vou sentir falta desse sentimento.