domingo, 28 de outubro de 2012

Tempo

Batem relógios no raiar dos dias,
Por cada batida novas fantasias.
Loucas palavras, luzes cor de mel,
Ventos que trazem nuvens de papel.

Diz-me o que hei-de eu fazer,
Sinto no tempo o meu tempo a morrer
Quanto mais longe mais perto de ti.

Vozes ao longe chamam por mim,
Cantigas, magia, passos de arlequim.
Estrelas cadentes na palma da mão
Milagres, duendes, rasgos de paixão

Ouço os segredos do fundo do mar
Barcos perdidos, sereias a cantar.
Trago o teu nome escrito no peito,
Volta para mim, faz teu o meu leito.

                                 [Pedro Abrunhosa]

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