sábado, 30 de junho de 2012

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Noites quentes sem ninguém


As noites estão quentes,
A brisa corre devagar sem destoar com a temperatura ambiente.
De vez em quando passa um carro, uma mota, ou até uma bicicleta e agita o ar.
Faz quebrar o vazio.

As noites estão quentes
e os pequenos espaços estão vazios.
Vazios de pessoas
Vazios de animais.

As noites estão quentes
e as férias já começaram.
O tempo livre abunda
E as noites prolongam-se.

As noites estão quentes
e a segurança é sentida.
É um bairro pacato
As ruas estão ausentes de sujidade.

As noites estão quentes
e os jovens, idosos e crianças
Estão em casa, fechados
No quarto, na sala ou na casa-de-banho.

As noites estão quentes
e vazias.
Ausentes de histórias
Ausentes de brincadeiras numa noite quente de Verão!

terça-feira, 26 de junho de 2012

Amar, aceitar, errar

Há pessoas que não conseguem viver sem sonhar e outras que não conseguem levantar os pés do chão. Os sonhadores voadores deixam-se levar pelo entusiasmo e precisam de alguém que os puxe para baixo, não para os deitar abaixo, mas para os chamar à realidade.

Os espíritos mais terrenos preferem esperar para ver, e esperam o tempo que for preciso. Por isso, é comum a união entre um espírito voador e um espírito terreno. O primeiro ensina o segundo a voar, o segundo ensina o primeiro a aterrar, porque cada um sabe coisas que o outro tem dificuldade em aprender.

Acredito cada vez mais na complementaridade das relações e cada vez menos no efeito espelho. Quando conhecemos alguém, sabe-nos bem descobrir o que temos em comum, porque nos empresta aquela sensação de familiaridade que nos pode dar a confiança necessária para avançar. Gostar das mesmas músicas e ter os mesmos filmes de culto ajuda, mas descobrir músicas novas e filmes dos quais nunca ouvimos falar é muito mais interessante. Se todos gostássemos só de jazz a vida era uma seca.

Acredito que as diferenças são enriquecedoras e que servem para aproximar as pessoas, desde que a base seja semelhante: educação, valores e hábitos, coisas tão simples como ambos arrumarem automaticamente os talheres no prato às 4:20, ou usarem os mesmos códigos de linguagem. Nunca me apaixonaria por um homem que usasse bonés com a pala virada para trás, que comesse de boca aberta, que dissesse "vistes" ou "faleceu". Para mim as pessoas morrem, ou quanto muito partem, como diz o povo.

O maior desafio numa relação é aceitar os defeitos do outro, sem que isso nos dê cabo dos nervos. É muito difícil, mas é possível. Aceitar que fuma, que tem barriga, que é doente pelo Sporting, que nem sempre ouve o que lhe dizemos, mesmo quando falamos com o coração nas mãos. Aceitar que embirra com os nossos defeitos a ponto de pensar que eles estragam tudo.

Aceitar que o tempo, o maior ladrão da existência, também é o grande sábio que repõe a verdade e a justiça e que, a seu tempo, tudo se irá encaixar numa ordem natural que nos vai trazer o melhor.

Na verdade, a grande dificuldade numa relação que já tem o mais importante - o amor, sexo, riso, bem-estar, paz e entendimento - é aceitar que o outro não se pode moldar a nós como uma luva e que está no seu direito de querer coisas diferentes, ainda que nos ame, porque ninguém ama ninguém acima de tudo, a não ser os filhos.

Há quase seis anos que escrevo esta coluna sobre sexo, amor e relações e sinto que cada vez sei menos, porque na verdade não há modelos nem regras; cada casal é um puzzle de peças encriptadas que só os próprios sabem encaixar. Somos nós que construímos as regras, por tentativa e erro, com persistência e espírito de missão.

O resto, é a vida a desafiar-nos todos os dias, a dar-nos a escolha de fazermos bem ou mal as coisas. Errar faz parte, pedir desculpa também, porque no fundo não amamos como queremos, mas como sabemos e, às vezes, não sabemos nem mais nem melhor. Mesmo assim, é bom saber que quando há amor, desistir não é uma opção.


Margarida Rebelo Pinto

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O estado do meu livro de cabeceira


O livro de cabeceira não se mexe.
os dias passam, as noites são demasiado curtas
O livro de cabeceira não se mexe.
Prioridades vêm e permanecem
Prioridades vêm tão rápidas quanto vão mas,
O livro de cabeceira não se mexe.
Toco, olho, mas
O livro de cabeceira não se mexe.
De vez em quando acolho-o nas minhas mãos
Sacudo o pó acumulado dos dias mas,
O livro de cabeceira mantém-se fechado.
Apenas existem vestígios da sua história na cabeça porque
O livro de cabeceira mantém-se fechado.
Os objectos rodam sobre as letras gordas porque
O livro de cabeceira mantém-se fechado.
A vida transforma-se, evolui, enquanto
O livro de cabeceira mantém-se fechado.
Assim,
Alheio

Eu ignoro-o
Ele deixa-se ignorar

Eu olho-o
Ele deixa-se ficar

Eu quero pegar-lhe
Ele continua fechado no seu mundo

Eu espero
Ele aguarda pelo dia que irá ser alvo de atenção!

domingo, 24 de junho de 2012

Bonita e calma música para um fim de domingo

É bonito e quente


O Verão chegou em força ao interior do país.
Muito calor, vento muito reduzido e com um sol abrasador. 
Aqui está calor, um calor intenso e prolongado, de usar top e conseguir transpirar até às 20h.

Aquilo que me faz mais falta para combater estas temperaturas? Autonomia para poder ir para as piscinas mais próximas.

Pérola #17



E eu que pensava que esta banda tinha acabado...

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Pensamento partilhado

Não se pode ter muitos amigos. Mesmo que se queira, mesmo que se conheçam pessoas de quem apetece ser amiga, não se pode ter muitos amigos. Ou melhor: nunca se pode ser bom amigo de muitas pessoas. Ou melhor: amigo. A preocupação da alma e a ocupação do espaço, o tempo que se pode passar e a atenção que se pode dar - todas estas coisas são finitas e têm de ser partilhadas. Não chegam para mais de um, dois, três, quatro, cinco amigos. É preciso saber partilhar o que temos com eles e não se pode dividir uma coisa já de si pequena (nós) por muitas pessoas.

Os amigos, como acontece com os amantes, também têm de ser escolhido. Pode custar-nos não ter tempo nem vida para se ser amigo de alguém de quem se gosta, mas esse é um dos custos da amizade. O que é bom sai caro. A tendência automática é para ter um máximo de amigos ou mesmo ser amigo de toda a gente. Trata-se de uma espécie de promiscuidade, para não dizer a pior. Não se pode ser amigos de todas as pessoas de que se gosta. Às vezes, para se ser amigo de alguém, chega a ser preciso ser-se inimigos de quem se gosta.
Em Portugal, a amizade leva-se a sério e pratica-se bem. É uma coisa à qual se dedica tempo, nervosismo, exaltação. A amizade é vista, e é verdade, como o único sentimento indispensável. No entanto, existe uma mentalidade Speedy González, toda "Hey gringo, my friend", que vê em cada ser humano em "amigo". Todos conhecemos o género - é o "gajo porreiro", que se "dá bem com toda a gente". e o "amigaço". E tem, naturalmente, dezenas de anigos e de amigas, centenas de amiguinhos, camaradas, compinchas, cúmplices, correlegionários, colegas e outras coisas começadas por c.
Os amigalhaços são mais detestáveis que os piores inimigos. Os nossos inimigos, ao menos, não nos traem. Odeiam-me lealmente. Mas um amigalhaço, que é amigo de muitos pares de inimigos e passa o tempo a tentar conciliar posições e personalidades irreconciliáveis, é sempre um traidor. Para mais, pífio e arrependido. Para se ser um amigo verdadeiro é ser capaz de estar ao nosso lado quando nós não temos razão. O amigalhaço, em contrapartida, é o modelo mais mole e vira-casacas da moderação. Diz: "Eu sou muito amigo dele, mas tenho de reconhecer que ele é um sacana". Como se pode ser amigo de um sacana? Os amigos são, por definição, as melhores pessoas do mundo, as mais interessantes e as mais geniais. Os amigos não podem ser maus. A lealdade é a qualidade mais importante de uma amizade. E claro que é difícil ser inteiramente leal, mas tem de se ser."


Miguel Esteves Cardoso

Obrigada Sara por partilhares estas palavras!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

I need a dollar



Aos 25 anos, com o curso quase terminado em Arquitectura Paisagista, sem trabalho, começo a sentir falta de trabalhar, de ter a minha independência financeira, de ser eu própria gastar aquilo que recebo. Sinto que está na altura de voar, de ter o meu dinheiro. Não digo sair de casa da mamã porque estou fora dela há seis anos. 
Quero poder pagar a minha casa, o meu carro, as minhas doidices e os meus excessos.
Mas falta-me o trabalho, falta-me o tempo e a oportunidade de trabalhar. 

O fim-de-semana no paraíso




Este fim-de-semana fui até ao paraíso e voltei.
Foi muito rápido, muito bom e muito alegre. 
Pelas imagens dá para perceber que aqui tínhamos tudo para não sair, para estar felizes, para nos sentirmos bem. Boa comida, boa companhia e uma piscina para aliviar o calor albicastrense.
Com estes ingredientes, o que precisava mais?


Do Lítio. O cão que cuida e protege a casa. Até ele andava feliz, a caçar rãs e a nadar no seu paraíso.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Afinal aqui também há...


Ontem estive numa escola em Alcaíns e para espanto meu encontrei imensas bicicletas à entrada da mesma. 
Pelos vistos a deslocação com este meio de transporte começa finalmente a fazer sentido no quotidiano dos portugueses, pelo menos nos mais jovens!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Pérola #16

Que jogo!


Em dia de Santo António, a nossa selecção jogou contra a Dinamarca. 
Foi um jogo sem estabilidade que nos fez sofrer até ao final.
Se começámos a ganhar por duas bolas a zero, acabámos por ganhar por três, dois.
Apesar de termos ganho a partida, não creio que a nossa selecção tenha jogado bem porque, apesar de os jogadores apresentarem boas fintas e terem pressionado muito bem o adversário, continuam muito lentos no contra-ataque, têm grandes falhas na defesa e têm um sério problema com a pontaria à baliza, principalmente quando o Cristiano Ronaldo, sendo um dos melhores jogadores do mundo, executou grandes falhas à baliza que não merecem qualquer perdão. Um dia gostava de ver Paulo Bento substituir o número 7 da selecção portuguesa. Talvez aí o Cristianinho tomasse consciência que não é só no Real Madrid que tem que fazer boas figuras e marcar golos. Talvez aí tomasse consciência que não são só os outros jogadores que quando se portam mal saem de jogo. Esse azar também acontece à sua pessoa!
De qualquer das formas não posso deixar de demonstrar o meu contentamento para com o resultado desta tarde e que, apesar das falhas que tivemos, o resultado foi inteiramente justo!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Santos Populares é hoje



Hoje é noite de Santos Populares na capital Portuguesa.
Muita sardinha assada, muita alegria e muita gente irá haver a palmilhar a calçada Portuguesa.
Hoje é esquecer a crise e viver esta tradição, a cidade e o povo Português.

Infelizmente Castelo Branco fica a uns belos quilómetros de Lisboa e amanhã é dia de trabalho.

A Queima

15 Horas
Sexta-feira dia 8 de Junho.
Estação de Santa Apolónia.
O fim-de-semana em Évora começou nesse momento!



Muita alegria, ansiedade e muita novidade para ser colocada em dia na viagem até à terra onde nos conhecemos.
A paisagem era a mesma, montados com grandes árvores e animais dando cor às vistas por onde passávamos. 
A café que assistiu às nossas alegrias e tristezas foi a nossa primeira paragem. A cerveja amparava o calor que se fazia sentir.



De rua em rua, de paragem em paragem, o jantar entretanto chegou juntamente com a mesa cheia e a junção de mais amigos.
Conversa puxa conversa, o querer saber de todos era o mais importante pois a aparência de todos mantinha-se igual.


O bailarico estava mesmo ao lado e nós aproveitamos a sua presença.




Évora


Como nos velhos tempos, o vinhozito é o rei na mesa. Se antes fazíamos a mistura em baldes da roupa, no último jantar foi num vaso, um objecto mais característico do nosso curso.
Seguiu-se os cantares, os jogos e os sorrisos.
Na queima já cantava a Deolinda e os seus patos de borracha.

Tex




O fim depressa se fez sentir e o regresso já tinha hora marcada.
Sem dúvida que os poucos dias que tive na queima foram muito bem passados.
E que venham mais reencontros destes, mais festas e mais convívios com vocês!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Ida à praia


Este ano, a praia, foi algo que a minha pele ainda não sentiu.
Com este tempo a piorar de minuto a minuto ainda não é esta sexta-feira que a vou ver.

Está quase


Hoje é o meu último dia de trabalho durante esta semana.
Évora aproxima-se. 
Sexta-feira já irei ver esta paisagem, os amigos lá deixados e recordar os momentos vividos.

domingo, 3 de junho de 2012

Coisas boas


Numa tarde de Primavera que mais parece tarde de Verão, em frente ao ecrã do computador a tentar encontrar palavras que façam sentido na orientação do relatório, lembrei-me que tenho no frigorífico requeijão e doce de framboesa. 
A sua junção fica tão fresquinha e tão boa...

A minha plantinha


A minha plantinha que dá vida e cor à janela do meu quarto, já viu dias mais bonitos e mais saudáveis.