Mudança: Uma mudança ou transformação pressupõe uma alteração de um estado, modelo ou situação anterior, para um estado, modelo ou situação futuros, por razões inesperadas e incontroláveis, ou por razões planeadas e premeditadas. Perceber a dinâmica da mudança é uma necessidade. Viver actualizado é uma questão de sobrevivência e uma maneira de visualizar melhor o futuro, já que os novos tempos exigem uma nova postura de pensamento. Existe um mundo que está a acabar e outro que está a começar e as pessoas, naturalmente, costumam lidar com isso de maneira defensiva, com temor ou rejeição. Mesmo as pessoas mais esclarecidas e actualizadas revelam-se surpresas com as mudanças sociais, políticas, económicas, tecnológicas, culturais, ecológicas, etc., que acontecem ao longo da vida. Essas transformações fazem com que a vida não seja um caminho linear em que as pessoas percorram livres e desimpedidas.
Tirado daqui.
Mudar nunca tinha sido um problema para mim até à data.
Em 2006 fiz as malas para ir conhecer o mundo académico em Évora.
Em 2008 fiz uma mala para percorrer a Europa em 22 dias.
Em 2011 voltei a fazer uma grande mala para ir 4 meses para a Suécia.
No início de 2012 fiz várias malas para passar uma temporada, na altura eu diria a vida, em Castelo Branco.
No final de 2013 volto a fazer as malas. De todas as vezes que fiz as malas, esta está a ser, sem dúvida, aquela que me está a custar mais.
Ao contrário das outras vezes que fiz e desfiz (na minha opinião, no momento certo), as malas que estou agora a arranjar, não as faço por achar que seja o momento certo ou porque deseje.
Sempre tive Castelo Branco como A minha cidade, a cidade na qual gostava de viver. É pequena, o comércio é acolhedor, tudo fica próximo e é uma cidade bonita, tranquila. Para mim a cidade ideal para fazer a vida.
Com a crise em que vivemos, e num estado onde o povo não tem dinheiro, quem paga são as cidades pequenas, que tentam sobreviver com o comércio local cada vez mais enfraquecido.
De trabalho para trabalho fui-me mantendo. Não posso dizer que tenha gostado de todos, não posso dizer que por vezes não me senti escravizada. Mas a vontade de ficar, a vontade de construir a minha vida lá era grande, era maior, e por isso, fiquei.
Mas a crise persiste, ela não vai embora, pelo menos por enquanto, e eu, infelizmente, tive que fazer escolhas. E a minha escolha foi voltar a fazer as malas!
Há tempos, alguém que me disse que, há alturas na vida que, para dar dois passos em frente, temos que recuar um. Estou neste momento a recuar. Estou aos poucos a desfazer a casa que construí, para voltar a habitar a casa da mãe. A bagagem é muita, as recordações são maiores. Vou deixar a casa, a cidades, os lugares mas principalmente, vou deixar os amigos que fiz. Vou deixar a história que em Castelo Branco construí.
Mas preciso de dar os dois passos, e para os dar, neste momento, é preciso voltar a fazer as malas.
Estou de volta a Lisboa! Venho com um projecto em mãos, venho com um projecto meu. No meio da crise vou arriscar e construir um negócio meu.
Obviamente que estou entusiasmada e ansiosa. Mas também estou com medo. Os tempos não são para brincadeira e mesmo que o negócio seja pequeno, acarreta sempre investimentos, preocupações e incertezas, principalmente montando numa zona na qual há sete anos não habito (a Póvoa de Santa Iria).
Será um cafezito com bolos e biscoitos caseiros, confeccionados por mim. Será um espaço de convívio, acolhedor dentro dos seus 21 m2 e mais alguns ao seu redor. Será um espaço de ficar ou de passagem. Será um espaço versátil que irá girar em torno daquilo que o alimenta e o faz sentir bem (a satisfação de quem o visita).
No que diz respeito à abertura do espaço, a única coisa que sei é que será para meados de Janeiro de 2014.