segunda-feira, 14 de abril de 2014

Estar atrás de um balcão de café

Antes de abrir portas deste Café já tinha no meu currículo alguma experiência de cafés e restaurante. Uns com mais horas em serviço, mas nos vários locais onde tive, deu para ter uma noção de como as coisas funcionavam e de saber o que era trabalhar atrás de um balcão. 
Para além destas experiências ainda tive a sorte de trabalhar num restaurante conceituado na cidade de Castelo Branco no qual tive contacto com a parte administrativa desse mesmo negócio. 
Apesar das várias experiências nunca passaram de trabalhos temporários, em part-time e sem grande vinculo.
Com a abertura deste negócio e estando várias e intensas horas atrás do balcão, noto várias diferenças daquilo que estava habituada com a actual realidade.
Vivo muitos momentos diferentes, pois cada cliente é um cliente. Existe clientes alegres, extrovertidos, tímidos, tagarelas. Outros mais para a pinga, para a paródia, para a diversão.
Mas nem tudo são bons momentos. Mas esses momentos são largamente compensados e abolidos por aqueles que sinto que me querem bem, que sinto pelas atitudes de outros clientes que a abertura deste café foi uma mais valia para eles e para as suas vidas. Cada vez que não estou tenho sempre a informação "onde está a menina?"
Eu oiço desabafos, oiço os dilemas da vida das pessoas, oiço as queixas dos vizinhos e namoradas. Por outro lado discuto futebol, trabalho, política... Há sempre tema para falar, nem que não seja, que se fale do tempo. Tu isto serve para que as pessoas gostem de cá vir, porque sabem que aqui existe uma pessoa que os ouve sem os criticar, sem mandar vir e sem levar a mal. 
Talvez seja por isso que quando preciso de ajuda há sempre alguém que me dá um braço, quando há convívio vêm dar-me o almoço, quando não estou, perguntam por mim, quando me vêm menos sorridente perguntam o porquê. Tudo isto assim vale a pena.   

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