quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Henri Fantin-Latour (1836-1904)

Aproveitando que era o dia da Juventude, resolvi ir visitar a exposição de Henri Fantin-Latour que se encontra na Gulbenkian até de 6 de Setembro deste ano.

Henri Fantin-Latour foi um pintor francês que, caminhou pelo auto-retrato, pelo retrato tanto social como intimista, pelas naturezas mortas, pelo simbolismo ligado por sua vez a temas religiosos, mitológicos e à primazia do sonho na arte.
Grande adepto da arte do auto-retrato, considerava um exercício pedagógico de formação do olhar, mas também uma exploração psicológica pessoal que transcende esta arte.
Nos retratos intimistas, muitas das vezes femininos, onde se respira o silêncio, contenção, alguma melancolia e onde se pressente um espaço de intimidade entre o pintor e o modelo.
"O Estudo" pintado em 1883:

Um retrato intimista feito a Sarah Elizabeth Budgett, uma das suas alunas. Cativou-me este quadro pelo modo como foi abordada a relação pintor-objecto-tela realçada, por sua vez, pela cor dada a cada um dos elementos. A pose do artista pressupõe a reflexão e o à-vontade que esta tem perante a criatura que a prende, que a fascina - o objecto a pintar.

Um tema que sempre esteve presente na sua obra foi as flores. Uma composição equilibrada, elegante e disciplinada, constituídas através de uma meticulosa associação de formas e cores.


Dentro deste tema encantou-me este quadro pintado em 1875 de nome "Crisântemos numa jarra". Um bouquet de pinceladas dinâmicas oferece movimento a cada uma das flores, a cada uma das pétalas. A cor e a luz proporcionam uma atmosfera intimista somente sentida pelo pintor.

Fantin-Latour foi o autor dos mais notáveis retratos colectivos da história da pintura. No "Ao redor da mesa", de 1872, podemos encontrar diversas personagens ligadas à arte francesa, tais como, Paul Verlaine, Arthur Rimbaud, Elzéar Bonnier, Léon Valada, Émile Blémont, Jean Aicard, Ernest d'Hervilly e Camille Pelletan.

E assim demonstrei os quadros que mais gostei.
E assim demonstrei que esta exposição vale mesmo apena ser visitada.

"Pintores pretensamente revolucionários, a cujos primeiros assistimos em meados do século XIX, não se apresentaram nem como autodidactas, nem como detractores do passado... não recusam o benefício do estudo amadurecido dos museus e das colecções..."

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda bem que gostaste. era uma pena deixá-la ir embora sem a teres visitado. Nem sempre temos oportunidade de ver coisas tão bonitas e em original.
Bjs
MaMi