domingo, 13 de dezembro de 2009

Abre os olhos!


De entre sorrisos, de entre a escola e o trabalho uma pause brusca urge:
"Depois do sol se pôr
É que gosto de escrever
A saudade de um amor
Que nunca cheguei a ter."
Alguém que se esconde atrás de um fato de muito trabalho demonstra aquilo que sente em versos, em pequenas frases que amparam um passado vivido entre trabalho duro e dificuldades.
Pouca instrução não a impediram de seguir em frente na escrita, de demonstrar a ela própria que é boa nalguma coisa e que há momentos felizes na vida.
Despensa a caneta, dispensa o papel. Um pensamento, um sentir basta-lhe para as palavras fluírem na sua cabeça. Daí poderá, ou não, pôr num testemunho porque o verso, afinal de contas, já está feito.
Tem medo por eles, pois são tudo para ela. O seu refúgio, o seu momento, é a sua vida que ali se encontra.
Esta semana abriu-me a porta. Tive receio de abrir, e principalmente de entrar e permanecer. Tive medo daquilo que poderia encontrar. Já sabia que algo de triste iria ver. Em frente segui!
Sem protecções, li aquilo que pude ler. De verso em verso, de frase em frase tentei entender o sentimento daquele escrito. Uns mais tristes que outros, gostei de todos. De muita coisa falavam mas o tema principal rondava a escola, o trabalho no campo junto dos pais e a terra que a viu nascer e crescer, Alentejo.
Uma honra!
Alertou-me para as dificuldades que a vida me poupou.
São naquelas tardes de pouca luz que se juntam gerações diferentes. Mundos opostos e que ali falam a mesma língua, tentando cada um entender o outro. Um entendimento que nos completa e que me faz ver que a vida não é justa para todos mas que essas pessoas podem ser felizes à sua maneira. Basta uma mão, basta um querer, basta uma conquista, basta um momento!

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