domingo, 6 de fevereiro de 2011

Uma manhã diferente

Durante estes cinco anos da minha estadia em Évora, apenas foram dois motivos que me fizeram deslocar até ao hospital.
A primeira vez que isso aconteceu, foi no início do terceiro ano, o ano das praxes, onde me apareceu a amigdalite. Momentos para gritar e para beber e eu sem poder fazer nenhum dos dois durante dez dias. Lembro-me perfeitamente, toda a gente a brindar com o copo cheio e eu a criar sapos na barriga.
A segunda vez foi hoje de manhã, isto porquê?
Tudo começou na sexta-feira à noite. Com a pressão do trabalho de Estética da Paisagem, resolvi ir para a cama cedo, por volta da meia-noite, para que no dia seguinte pudesse estar apta a ter boas ideias para os textos.
Quando já estava na cama, umas comichões à volta do pescoço começaram a surgir. Ora no pescoço, ora nas pernas, ora no corpo todo. Não resisti e desatei a coçar sem dó nem piedade, quando de repente fartei-me e por volta das quatro da manhã, levantei-me e fui ver o que andava eu  fazer ao meu pescoço. Estava desfigurado. Vermelho e inchado. De imediato coloquei creme, bastante creme e fui novamente para a cama.
No dia seguinte, desconfianda que pudesse ser uma pulga infeliz que tivesse provocado a minha péssima noite, desfiz a cama toda, lavei os lençóis, fiz tudo o que era possível para me ver livre de um suposto animal.
Ainda com o corpo minado de borbulhas, à noitinha voltei-me a deitar esperando que desta vez, o sono corresse melhor. Infelizmente não foi o que aconteceu!
As comichões voltaram e a minha paciência começou a dar sinal de bateria fraca.
Foi neste contexto que por volta das nove e meia da manhã de hoje, resolvi ir fazer uma visita ao hospital.
Cheguei, só havia velhotes. Fui até à sala de urgências e quando me chamaram o rapaz olhou para o meu olhar tão juvenil e não resistiu em perguntar, o que a faz acordar tão cedo num domingo para vir até aqui?, ao qual eu respondi, ao início pensava que era uma pulga, agora penso que seja reacções estranhas do meu corpo..., e assim continuou a nossa conversa.
Já dentro da mega sala, fui atendida por um brasileiro que mal olhou para as minhas pernas não brancas mas vermelhas, disse logo que poderia ser uma reacção alérgica e que teria que levar uma pica na nádega. Após essa deixa a minha reacção foi de pânico.
Depois de algum tempo à espera do momento mau, muita coisa vi, esta, ainda muito pior. Mas no meio destes acontecimentos lá andava o tal rapaz que primeiro me atendeu de um lado para o outro, a falar pelos cotovelos e bastante alto. Quando de repente vejo-o com uma agulha na mão. Bom, se isto estava a ser péssimo, ser este rapaz a dar-me a vacina no cu seria pior ainda.
Com a sorte com que hoje acordei, claro que esse seria o meu fim!
Mal ele chegou ao pé de mim foi o partir a rir.
Agora, e após terem passado algumas horas, as borbulhas ainda permanecem no meu corpo mas a comichão e o mau estar desapareceram. Aleluia!
Vamos la ver como vou passar esta noite!

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