domingo, 29 de abril de 2012
Um fim-de-semana diferente
O fim-de-semana passou. A chuva veio com maior intensidade e a companhia destes dias foi para terra vizinha.
Dos dias que passaram ficou a saudade, as caminhadas, as visitas e as conversas. Dos dias que se seguem, vem a rotina de uma semana banal, o trabalho, a chuva e as idas ao ginásio.
Para além do fim-de-semana que desde cedo prometeu ser diferente, descobri que é mais fácil colocar rádio ambiente no meu telemóvel do que no meu MP3. Com esta descoberta, fiquei a entender um pouco mais deste aparelho e a gostar ainda mais desta minha aquisição. E que venham mais momentos destes!
Street art
Numa parede sem significado, numa rua despercebida, nasce uma ideia, um pensamento e a atenção de quem ali passa. Nessa parede o viajante ou a vizinha fica concentrada no que é diferente.
Uma mensagem dos dias que correm, uma visão da feia realidade que nos aflige, a originalidade de alguém que desenha nas paredes públicas aquilo que vai na cabeça de cada um de nós.
A rua fica mais colorida, é mais nossa, é-nos mais familiar.
Ideias bastante interessantes que podem fazer das paredes suporte de animação e das ideias e olhares do povo de todo o mundo.
França, Dinamarca e Portugal são os países escolhidos para dar a conhecer esta ideia.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
O campo, o preferido
Gostava de viver no campo.
Sentir os pássaros, o cheiro das flores, o vento com o seu cheiro a terra.
Ver todos os dias os vales com as suas modificações, as suas cores, os seus volumes variados.
Gostava de sentir as pedras irregulares nos meus passos,
De ouvir as águas a correrem no seu percurso,
Sentir a frescura do seu movimento.
Gostava de ouvir os sons variados do campo,
Do sino a denunciar as horas a passar,
O cantar irregular dos pássaros.
Gostava de semear,
Dar vida,
Dar movimento,
Dar nova cor às paisagens.
Se poder, se conseguir
Viveria neste paraíso,
No meio da natureza,
No meio da diversidade,
No meios dos animais,
Viveria com uma vida tranquila.
terça-feira, 24 de abril de 2012
Correr não é o meu forte mas até que por vezes sabe bem
Não sou muito adepta de andar pelas ruas da cidade a correr como se estivesse a fugir de alguma coisa ou de alguém. No entanto, hoje está um belo dia para o fazer. Aproveitei que tinha que ir tirar umas fotografias a um bairro e lá fui eu equipada para dar uma corrida, rápida, pela periferia da cidade de Castelo Branco.
Véspera de feriado
Ontem foi dia de pouco trabalho na Câmara.
Por ser véspera do dia da Nossa Senhora de Mércoles o pessoal da minha secção tem a tradição de ir almoçar à feira. Mas o ir almoçar à feira não é comer nos restaurantes que existem neste espaço. Um pouco mais cedo, foram algumas pessoas reservar um espaço na mata para as mesas, cadeiras e a grelha para quando chegasse as 12:30 houvesse comida feita. Febras e sardinhas foi o almoço. Estagiários, engenheiros e o chefão marcaram presença neste convívio que durou até as 15h.
Muito vinho e muita comida compunham a mesa e aos poucos o nosso estômago.
No final da refeição um dos homens bebeu demais, perguntou quem não se importaria de levar o carro dele. Como sempre fiz, e por não ter bebido nada de mais, disse que tinha a carta e que para mim era na boa. Quando fomos para ir embora, perguntei qual era o seu carro. Qual não é o meu espanto quando ele aponta para um BMW, de 2005, no qual nem chave tinha, era com um comando, no qual teve que me ensinar a ligar aquela máquina porque nem ligar eu sabia!
Mas correu tudo bem. Voltámos à Câmara sem nenhum arranhão ou qualquer susto.
E assim se passou o dia de ontem.
Hoje, goza-se o feriado da Nossa Senhora de Mércoles.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Uma realidade desoladora
Há dias fiquei perturbada com alguns testemunhos de participantes da grande reportagem que passou no canal da RTP 1. A reportagem chamava-se "Exército invisível" e contava a histórias das inúmeras pessoas que saem para os seus trabalhos no momento em que Portugal ainda está a dormir.
Se muitas pessoas levantam-se cedo para acabar o trabalho às 9h, outras têm o seu horário no período nocturno. Muitas delas são obrigadas a apanhar três e quatro transportes para no final do mês terem, não mais, que o ordenado mínimo, sendo que 60€ fica apenas para pagar o passe de transportes públicos.
Num desses casos aparecia uma mulher que tinha dois filhos onde, um trabalha nos cinemas, e outro no Pingo Doce. Por os empregos dos filhos serem empregos instáveis, eram pessoas que ainda estavam a viver em sua casa não podendo a senhora contar com a segurança dos seus trabalhos, apenas com a segurança do seu emprego.
Outro testemunho era de uma senhora que tinha dois filhos e dois trabalhos. Mesmo com este esforço, teve que dizer ao filho que não lhe conseguia pagar as propinas da Universidade. Que se quisesse continuar os estudos teria que arranjar um trabalho.
Com estes testemunhos, fiquei horrorizada. Como é que é possível haver situações em que uma mãe que se esforçar todos os dias para dar o melhor aos seus filhos, quando chega o momento em que estes querem ir para a Universidade, é obrigada a negar-lhes isso porque não há dinheiro. Como é que estas realidades existem nos dias de hoje, como é que um estado deixa que isso aconteça?
Se por um lado fiquei aliviada por ter tido a sorte de ter vindo parar a uma família que me pôde oferecer essa oportunidade, por outro fiquei desiludida por haver estes casos de pessoas que trabalham de noite a noite e nem uma formação académica conseguem pagar aos seus filhos porque realmente o ordenado que recebem não lhes chega para isso.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Um ano que passou
Foi há um ano atrás que o tormento, a dor e o sorriso de umas das pessoas mais corajosas que conheci na vida desapareceram para sempre. Os do meu primo Cajo.
A saudade continua a apertar, a tua ausência continua a magoar cá dentro, mas tenho a certeza que mesmo ausente continuas a ser um exemplo a seguir, continuas a ser uma orientação na minha vida. Essa centralidade parte da tua força, da tua coragem e do teu sorriso. Centrarmo-nos naquilo que realmente nos faz feliz e saber relativizar os nossos problemas porque ao fim ao cabo, eles terão sempre a sua solução.
Termos calma e mostrar sempre o nosso melhor ar, não dar mais importância aos contra-tempos e aos problemas do que às coisas que nos fazem realmente felizes.
Contigo na vida sei que me tornei numa pessoa diferente, contigo sinto-me uma pessoa privilegiada e é a esta ideia que me faz aceitar de forma mais tranquila a tua partida.
Serás sempre a estrelinha do céu que irá acompanhar-me o resto da minha vida.
Até um dia!
domingo, 15 de abril de 2012
Mais uma semana
Para começar bem a semana de trabalho nada melhor que iniciar a oferecer-lhe pequenos momentos doces. Desta vez levo dentro da caixinha estas pequenas delícias de laranja.
E assim se passou mais um Domingo
Entre a realidade das palavras e a realidade das conversas que se cruzavam, a tarde foi-se passando.
Pessoas a entrar, outras a sair e o lugar da ponta do café continuava ocupado.
Uma chávena de café vazia, uma caneta e papel, ingredientes suficientes para uma boa tarde.
O vento veio, o vento foi, e as palavras continuavam a chegar ordenadamente dentro do seu próprio sentido.
E assim se passou uma tarde de Domingo.
sábado, 14 de abril de 2012
A minha nova aquisição
Ela olha o mundo e eu admiro-a.
Em busca do sol, em busca da claridade do dia, o girar das folhas em torno das suas necessidades.
As flores abrem e a sua beleza torna-se a cada dia mais presente no parapeito da minha janela.
Será que posso dizer que comprei uma vida? Sim.
Ela precisa de alimentos, precisa de atenção, precisa de um meio adequado para viver, para cultivar a sua beleza e saúde.
É uma nova vida que habita neste meu quarto temporário.
Gosto de a admirar, ver se há alguma flor a florir, ver a adaptar-se aos poucos ao seu novo lar.
Gosto de a ter por perto.
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Não há condições
Anda aqui uma pessoa a malhar três vezes por semana, a dar no duro, notando os resultados no decorrer dos tempos... Pára uma semana e muito do esforço feito outrora perde-se nesse curto espaço de tempo.
Realmente... Assim não há condições!
terça-feira, 10 de abril de 2012
Nova área
A minha mais recente aquisição.
Aos poucos vou deixando as paragens obrigatórias pela secção dos livros de Arquitectura para passar a ir directamente às funcionárias das papelarias para encomendar os livros que quero. Apesar de ainda não ter acontecido, encontrar um livro que tenho em mira disponível, já sei qual a zona onde posso encontrar livros como este da imagem em cima, não só na Fnac, mas também na Fundação Calouste Gulbenkian.
A área de psicologia e sociologia começaram a ser as paragens obrigatórias cada vez que vou a estas duas lojas!
sábado, 7 de abril de 2012
Exposição Fernando Pessoa
Fiel ao lema "Navegar é preciso; viver não é preciso", que ele adaptou para "Viver não é necessário, o que é necessário é criar", Fernando Pessoa consagrou a sua vida à criação literária, movido por um constante interroga(-se), em que a investigação filosófica se combinava à emoção. Desde cedo, ele se definiu: "um poeta impulsionado pela filosofia, não um filósofo dotado de faculdades poéticas". Gesto lírico impregnado de raciocínio, cada poema seu é palco de certo teatro, onde ele encena a interminável busca da sua identidade. "O poeta é um fingidor", ele o garantiu. E demonstrou-o, em toda a extensão.
A ideia da poesia como "fingimento" ou teatro conduz naturalmente à criação de heterónimos, personagens de ficção, seres que poderíamos ver no palco ou nas páginas de um romance. E isso define uma estratégia geral de criação literária: tudo ou quase tudo o que Pessoa escreveu é heteronímico, incluindo aquela parte da obra que ele assina com o seu nome de baptismo, e à qual se refere, não sem ironia, como "ortónima", ou da autoria de "Fernando Pessoa ele-mesmo". Na verdade, outro ser de ficção, tão alheio ao cidadão Fernando Pessoa, ou tão próximo deste, quanto qualquer dos heterónimos.
Pessoa não é um poeta que apenas agrada, que desperta interesse ou curiosidade; também incomoda e fascina, como um polvo de mil tentáculos, "plural como o universo", que se agarra à sensibilidade do leitor, e este não consegue, nem quer, desenvencilhar-se. E todos acabam por perceber, ou ao menos intuir, que a instigante ficção dos heterónimos revela a realidade que nos constitui, hoje, para além de toda ilusão, com mais lucidez do que o divã do psicanalista, o confessionário, a autoanálise ou qualquer outro caminho que busquemos, no encalço do auto-conhecimento e do conhecimento do mundo.
Por isso, enquanto não surgir outro poeta que nos ofereça, deste nosso tempo conturbado, uma visão mais lúdica e mais insubmissa, Pessoa continuará a nos comover e a inquietar. Até lá, o melhor que temos a fazer é desfrutar de oportunidades como esta, de viajar - olhos e ouvidos atentos - pela vida e a obra, ou a obra-vida, desse poeta português e universal, que há muito é, também, por adopção e amor, o mais brasileiro dos poetas portugueses.
Foi com estas palavras que a exposição de Fernando Pessoa na Fundação Calouste Gulbenkian teve início.
De um orifício conseguia-se ver, não só o movimento da exposição, mas também a figura da pessoa a retratar.
Começou com a história, palavras e imagem dos seus vários heterónimos. No meio desta exposição baloiçava a cadeira, a mesa, o café, o "Orpheu" e o seu chapéu em frente à sua imagem. O quadro de Almada Negreiros foi algo que estava presente, vivo e único colocado numa parede.
Seguiu-se a sua biografia bem como alguns artigos escritos por ele. A morte do seu pai, um novo casamento, novas irmãs bem como a sua morte. O surgimento de Ofélia Queirós bem como os inúmeros negócios que foram surgindo ao longo da sua vida.
Por fim, e já na última sala, alguns dos seus poemas iam aparecendo desenhados na areia bem como alguns livros estavam ao nosso dispor.
No centro desta sala, estava colocada a arca onde, depois da morte de Fernando Pessoa, no seu interior foram descobertos cerca de 25 mil poemas que, aos poucos, têm vindo a ser do domínio público.
Para além da arca, estavam também expostos os últimos poemas escritos por Alberto Caeiro, Fernando Pessoa e Ricardo Reis.A arca |
Esta exposição tem lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, até dia 30 de Abril de 2012.
sexta-feira, 6 de abril de 2012
O teu aniversário
Há um ano atrás estavas tu deitado numa cama a festejar o teu aniversário. Os amigos estavam presentes, a família estava lá e eu estava no telemóvel, a ouvir a tua voz alegre, a desejar-te um feliz aniversário e a mandar-te um grande beijo.
Imaginei naquele momento a tua felicidade, o teu sorriso e o prazer que estarias a sentir, mesmo estando numa cama de hospital. As pessoas mais importantes para ti estavam ali. Junto de ti a partilhar esta data importante, a tocar e a cantar as músicas que tão bem sabes.
Hoje irias completar os teus 25 anos. Irias continuar a seguir-me, a dar continuidade, comigo, aos anos da vida.
Hoje irias fazer 25 anos. Uma idade tão tenra para quem já não está entre nós, para quem passou aquilo que passas-te.
Até ao nosso reencontro!
Até ao nosso reencontro!
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Um simples atravessar...
Há dias vi este filme:
Perante esta descoberta resolvi fazer um video onde comparasse duas cidades, uma no litoral e outra cidade no interior, em vez de comparar dois países completamente distintos. Assim, filmei uma das maiores avenidas da cidade de Castelo Branco, a Avenida 1º de Maio, e uma das grandes avenidas da cidade de Lisboa, a Avenida da República.
Não se nota uma grande diferença entre o tempo de atravessamento e o tempo de espera entre as duas ruas observadas. Nota-se que em Lisboa tem-se mais tempo de espera mas também há mais tempo para atravessar. A diferença de tempo no atravessamento entre Castelo Branco e Lisboa é de 10 segundos.
No que diz respeito à importância de andar a pé nestas duas cidades, em Castelo Branco não foi encontrado qualquer serviço ligado a esta via de comunicação bem como um plano para a rede de comunicação pedonal dentro da cidade. Apesar disso, pelo que vivido nesta cidade, nota-se um cuidado em que em qualquer rua haja uma adequada passagem para os peões.
Em Lisboa foi encontrado um Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa que diz que "não existindo nenhum levantamento actualizado e rigoroso das condições de acessibilidade em Lisboa, é um facto que a cidade é pouco acessível, sendo abundantes as barreiras nas suas ruas, parques e jardins, e edifícios abertos ao público."
Num caso mais específico em Lisboa, na rua que faz a ligação entre Entrecampos e Sete Rios, José Victor Malheiros escreve que "É uma terra de ninguém, que exige atravessar vias rápidas sem passadeiras, caminhar ao longo de passeios inexistentes, aguentar os carros que passam a cem à hora a um metro de distância".
E que tal agora comparar a ideia com que se fica das acessibilidades de Lisboa com a importância da rede de circulação pedonal que há em Copenhaga?
quarta-feira, 4 de abril de 2012
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Portugal no seu melhor
Hoje fui até à Universidade do ISCTE para assistir a uma conferência sobre o tema que estou a abordar no meu estágio. Por ter um programa muito apelativo tive que pagar bem por ele.
Para que a conferência não ficasse ainda mais cara, optei por levar o meu almoço e, na altura de comer, sentei-me no refeitório da escola juntamente com as raparigas que iam comer na escola para assim poder ter companhia.
No final da refeição descobri que, se por acaso o homem que gere o espaço do refeitório visse que eu estava a comer a minha sandes nas cadeiras do refeitório ele chateava-se com as suas trabalhadoras.
Mais tarde, fui falar com aquela que me informou sobre tal situação e perguntei-lhe se nas mesas do café no piso debaixo, espaço este também da Universalidade, poderia comer a minha sandes. Disse-me que não. Então voltei a tentar e perguntei-lhe onde, naquela Universidade, poderia comer a minha sandes. Disse-me que não sabia. Perante estas respostas conclui a minha abordagem dizendo-lhe que compreendia a sua posição, que não iria voltar a comer a minha sandes no refeitório, mas que não entendia como é que numa Universidade pública, onde se paga uma fortuna para se estudar, onde muitos estudantes não têm hipóteses de ir almoçar a casa deixam que situações como esta existam.
Sinceramente não entendo!
domingo, 1 de abril de 2012
Hoje deu-me para muffins de chocolate
Ultimamente tenho andado virada para a arte de cozinhar.
Ontem fiz tarte de natas e biscoitos de morangos. Hoje são os muffins de chocolate.
Não sou daquele tipo de pessoa que adore cozinhar e que não me importe de passar uma tarde da minha vida na cozinha. Há fases em que o faço com o maior prazer, há outras que isso é um tormento.
Há cerca de um mês atrás que ando com uma estranha inclinação para estar na área correspondente à cozinha. Pesquiso receitas, adapto-as a meu jeito mas o que é certo é que o resultado tanto é pratos, como doces, como sopas. Tudo entra nos tachos e panelas cá em casa.
Desconfio que esta súbita queda para a cozinha esteja na falta de inspiração para escrever no meu relatório de estágio. Assim, em vez de estar com cara de caso a olhar para o ecrã do computador, estou na cozinha a juntar ingredientes.
Hoje o resultado foi este e ficaram deliciosos. Isto porque mesmo ainda quentes, não resisto em prová-los.
Para quem tenha curiosidade em experimentar aqui fica a receita:
1 chávena e meia de farinha
2 colheres de sopa de açúcar
1 ovo
1 tablete de chocolate negro triturado
1 chávena de leite
Misturar o leite, o açúcar e o ovo até ficarem bem dissolvidos.
Misturar devagarinho este preparado à farinha. No final juntar o chocolate.
Colocar em formas já untadas e levar ao forno previamente aquecido a 180º durante 20 minutos.
E já está!
Um excerto
Não está ao nosso alcance tornarmo-nos mestres e detentores da felicidade. Rousseau explica-a na perfeição, mostrando que o homem é um ser incompleto, incapaz de se bastar a si próprio, e que precisa dos outros para atingir a plenitude. Assim, porque a felicidade é indissociável da relação como o outro, o indivíduo encontra-se inevitavelmente condenado às decepções e às magoas da vida. O homem é um ser relacional, vive com os outros, e depende dos outros para ser feliz. Quando alguém nos magoa, quando os filhos nos dão motivos de preocupação, quando sofremos um desgosto de amor, podemos ter um belo carro e viver numa casa sumptuosa, mas isso não evita que nos sintamos infelizes. A felicidade não se encontra mecanicamente ligada à posse de coisas. Não podemos ser donos da felicidade porque somos demasiado dependentes dos outros e não dispomos deles. Logo, é preciso reconhecer que a felicidade chega e parte quando entende e não quando eu quero. É por isso que o homem não pode aspirar a encontrar esse felicidade perfeita, como ensinam os mestres em espiritualidade.
Somos seres finitos e não podemos aspirar a mais do que - na expressão de Rousseau - uma "frágil felicidade". Momentos de felicidade e não uma vida de plenitude.
Palavras de Gilles Lipovetsky em "O Ambiente na Encruzilhada: Por um futuro sustentável".
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