sábado, 12 de julho de 2014

A corrida e o meio urbano


Tudo o que toca a exercício físico, ultimamente, tenho andado muito baldas. Coloco tudo e mais alguma coisa à frente dessa actividade. Muitas são as vezes que digo a mim mesma "Basta, hoje vais correr". Assim foi ontem, ontem fui correr, esticar as pernas e soube-me pela vida! 
Não tenho muito o hábito de correr dentro da cidade, entre ruas e passeios. 
Quando morava em Castelo Branco refugiava a minha corrida no parque urbano desta cidade. Começava a correr mesmo quando saía de casa, pois os passeios eram largos, e dentro do parque não era permitida a presença de automóveis.
Quando vim morar para a Póvoa, tive grande dificuldade em retomar esta minha actividade. Uma destas causas esteve no facto de o percurso para a corrida ficar muito longe da minha casa, tenho mesmo que atravessar a N10. Apesar disso o próprio percurso pedestre é bastante agradável porque fica fora da cidade, fica numa zona baixa, perto do mar e que, ao final da tarde, vê-se o sol a esconder-se atrás dos altos prédios. É mesmo um fim de tarde agradável de se viver uma vez que estou distante do ambiente que vivo todo o meu dia. O defeito dele é mesmo a diferença entre as coordenadas da minha casa e as coordenados do percurso pedestre.
Ontem resolvi correr mesmo dentro da Póvoa. A grande vantagem desta decisão fica quando, começo logo a correr, a partir do momento que saiu do meu prédio. No entanto, é mais maçador na medida que não há caminhos planos, ora se desce, ora se sobe. Mesmo acentuados! Por outro lado fez-me questionar à cerca da nossa posição, como corredores, em relação à nossa envolvente. Eu explico. Quando corria no passeio, muitos vezes ia contra as pessoas que por mim passavam, porque estas não se desviavam de mim, ou seja, insistiam em estar em pares na minha passagem, o que fazia com que eu deixasse de ter espaço para eu passar a correr. Sem querer, lá levavam um encontram. Se correr na estrada, o que várias vezes aconteceu devido ao mau estado dos passeios, corria o risco de levar com um carro em cima. Desta forma, onde fica a posição do corredor? No passeio ou na estrada? Vou ter que regressar ao percurso junto ao mar?
Talvez o ideal será continuar a explorar a corrida dentro da cidade para tentar perceber como lidar com esta situação. Mas não irei abandonar este exercício porque, apesar de não gostar, faz-me bem e faz-me sentir bem comigo mesma.

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