domingo, 30 de dezembro de 2012

Balanço do ano


A um dia e poucas horas do final de 2012, posso dizer que foi um ano importante. Comecei na incerteza e na expectativa do começo do estágio, na cidade que queria, embora ainda por explorar. 
Hoje, e no final de 2012, tenho o curso acabado, vim morar para a cidade onde comecei o estágio e onde queria viver, tenho dois trabalhos a part-time fora da minha área de formação (embora não queira ficar por aqui) e começo a ter pessoas com quem estar e sair. 

O balanço é positivo!

Hospital de Castelo Branco


Nestes últimos tempos, e porque a vida é assim mesmo, tenho estado a viver ao sabor dos tempos das horas de visita do hospital de Castelo Branco.
Não porque esteja lá algum familiar meu, não, mas porque há quem esteja a precisar de um ombro amigo neste momento difícil, causado por um internamento.
As visitas são duas ao longo de todo o dia onde a primeira tem 1h30 e a segunda 1h de duração. 
Até hoje tudo parecia normal porque hoje senti as dificuldades que os serviços têm devido aos cortes do governo. 
Falta de material e a falta de médicos foram as coisas mais sentidas.
É triste quando adoecemos e precisamos de ajuda hospitalar porque, caso isso aconteça, naquele hospital, onde mais podemos esperar é nos amigos que nos visitam.  

sábado, 22 de dezembro de 2012

Está a chegar o Natal

Amanhã é dia de voltar para Lisboa. É Natal e a família quer-se reunida.
Levo algumas prendas na mala. Não muitas, porque o que ganho não me permite mais. Mas levo-as com o maior carinho.
Amanhã vou para casa e sentir o cheiro e o sabor da comida da mãe. 
Vou percorrer o centro de Lisboa como se fosse a primeira vez. Quero ver as luzes, o movimento pombalino e as pessoas a comprarem as últimas prendas para o Natal.
Amanhã é dia de levantar cedo e ir rumo à capital. Vou deixar Castelo Branco por alguns dias. Mas volto rápido, pois as saudades desta terra não irão tardar a aparecer.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Gostoso de ouvir

Hoje foi isto que me aconteceu...


Depois de um dia de trabalho e correria, quando cheguei a casa fiquei com, metade da chave na fechadura da porta, e a outra metade na mão. 
A minha sorte foi que tudo aqui fica perto, inclusive, as pessoas que me conseguiram ajudar.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Café Nicola

Durante algum tempo, os cafés Nicola surpreenderam-nos com este tipo de pacotes de açúcar super originais, dando-nos vontade de descobrir todas as frases que existiam.


Ontem deparei-me com esta novidade:


Os pacotes de açúcar da Nicola passaram de "Um dia..." para "Os apaixonados..."
Pessoalmente preferia o motivo da outra, mas a nível estético, gosto muito dos bonecos desta embalagem.

Não percebo


Não percebo porque é que as letras deste blog andam a ficar cada vez mais pequenas!!

sábado, 15 de dezembro de 2012

Danger


Viver é perigoso?

Claro que a vida é perigosa mas, para nosso próprio bem, fomos concebidos para não pensar nesse específico perigo, mas para nos preocuparmos apenas com os perigos que cruzam directamente no nosso caminho.

No entanto, o perigo maior provém de onde menos esperamos, dos locais, dos momentos ou das pessoas que não pensávamos, esperávamos, ou que tínhamos a certeza que conhecíamos os seus propósitos ou destinos. E é nesse perigo, nesse perigo camuflado pela vida, que nunca pensamos, porque se pensamos neles, deixamos de viver, deixamos de ir à aventura, deixamos de aproveitar a vida!

A vida é perigosa mas os perigos maiores estão para lá dos nossos pensamentos, da nossa compreensão. Apesar da vida ser perigosa, a natureza humana está muito bem feita.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Ainda em relação à máquina de fazer pão

Estou a adorar tê-la aqui por casa. 
No início a coisa não estava a correr bem. 
Logo no dia seguinte de ter chegado a Castelo Branco, fui ao super mercado ver, pela primeira vez, as farinhas para utilizar neste tipo de máquinas. Trouxe duas marcas distintas, um pacote com 1 kg e o outro com 500 g de farinha. Decidi, logo nesse dia, experimentar o pacote de 1 kg. Das suas vezes o pão não saiu bem. A primeira coloquei excesso de água (o pão não ficou cozido), da segunda vez, coloquei farinha a mais (ficou papa). Desde aí tive noção que com esta máquina não poderia andar a brincar às receitas. As quantidades existem e têm que ser cumpridas à grama e ao mililitro. 
Resolvi então experimentar o pacote com as 500 g (quantidade certa para dentro da máquina) e à terceira foi de vez. O pão saiu apto a ser ingerido. Só não percebi porque é que eu insisto em comprar pão de sementes se é um tipo de pão que não aprecio! Enfim... 
Ontem voltei ao super mercado e já comprei outra qualidade de pão mas claro, da marca do pacote com as 500 g.

Nesta terra faz frio

O tempo não está para brincadeiras e se nos passar tal coisa pela cabeça corremos o risco de apanhar muito, mas muito frio. Por isso, e porque sou uma pessoa que sofre com o frio, decidi apostar num brinquedo destes aqui para casa. 
Claro que, desde Sexta-feira (dia que o adquiri), metade do tempo que passo ao telefone com a mami é para a ouvir a dizer, e a repetir, os seus medos e os cuidados que eu devo ter com este aparelho.
Mas fora isso, adoro-o!

Mais uma...

Hoje cruzei-me com mais uma pessoa que vai emigrar. Esta rapariga vai sexta-feira para o Canadá.

sábado, 8 de dezembro de 2012

A música nos tempos de relaxe



Não só grande fã desta cantora mas o que é certo é que esta sua música é muito muito bem vinda nos momentos de relaxamento depois de uma hora intensiva de exercício físico.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

É assim que se vê a minha casa mal entramos


A primeira pintura (ou o primeiro motivo decorativo) da minha casinha já se encontra na parede. 
Adorei esta recepção, adorei o seu olhar e adoro o motivo que está para além desta imagem.
Nada melhor que, depois de um dia de trabalho receber este mimo.
Bem haja Cagoitas, por estes mimos, por esta prendinha. 
Adorei mesmo!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Quanto ao problema das fotografias...

... Adiei o problema! Mas já voltei a poder colocar fotografias. Isso é o que importa!

Resultado da apresentação final

A apresentação correu muito bem.
Estava tão nervosa mas tão nervosa que mal comecei a falar já ninguém me parou. Coloquei mesmo a velocidade máxima. Se nos ensaios ia até aos 22 minutos de apresentação, hoje nem 20 minutos durou.
Tive 15 valores.

Para surpresa minha, vim para Castelo Branco com a tão desejada máquina de fazer pão. Adora sim, ninguém me tira de casa.


domingo, 2 de dezembro de 2012

Amanhã é o grande dia

É amanhã. É já amanhã que vou apresentar o meu último trabalho do curso. Cada vez que falo no assunto deixa-me logo com as pernas bambas.
Sei que irei estar muito nervosa. Irei estar mesmo muito nervosa, mas penso estar preparada para o desafio. Penso que irá correr bem.

Um sonho

É bom sonhar, é bom sentir que há algo que nos faz sentir únicas.
É bom saber que há sempre momentos que nos fazem sentir bem, é bom saber que poderemos sempre partilhar com alguém.
É bom saber o que o nosso coração deseja.
E é tão bom quando o nosso coração deseja e o nosso sonho se concretiza.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Ainda com o problema

Ainda não perdi as esperança de ver resolvido este problema das imagens no blog. Encontrei uma solução que pode resolver temporariamente esta situação, no entanto, vai necessitar de algum tempo, pois tenho que percorrer todas as imagens que já postei neste blog. Não me importo, mas esse tempo só irei te-lo a partir de segunda-feira, porque até lá, vou estar focada na temida apresentação para finalizar o curso.
 

domingo, 25 de novembro de 2012

...

O mesmo problema

Por cá a saga continua. Sem fotografias, a dúvida se isto é temporário, tristeza por o meu querido lugar estar a ter problemas sem eu saber como os resolver. 
Vou aguardando na expectativa de ter notícias de como os resolver.

Quanto isso, o dia da apresentação vai-se aproximando. Ando nervosa mas ao mesmo tempo muito ansiosa, porque já estou farta de treinar e de ver a mesma apresentação, todos os dias e várias vezes ao dia.
É já de amanhã a uma semana.  

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Problema no bloguer

Estou com um problema no bloguer e se alguém conhecer alguma solução, por favor, digam.
Não estou a conseguir colocar imagens aqui porque diz que eu cheguei ao limite de imagens na minha conta Picasa (eu nem sequer sabia que tinha uma conta Picasa). Já apaguei algumas fotos e álbuns mas continuo a receber a mensagem que me impede em colocar fotografias.
Escusado será dizer que estou a passar-me com isto!
Se alguém perceber alguma coisa disto por favor, diga!

Bem Haja!

domingo, 18 de novembro de 2012

Desfado

Quer o destino que eu não creia no destino
E o meu fado é nem ter fado nenhum
Cantá-lo bem sem sequer o ter sentido
Senti-lo como ninguém, mas não ter sentido algum

Ai que tristeza, esta minha alegria
Ai que alegria, esta tão grande tristeza
Esperar que um dia eu não espere mais um dia
Por aquele que nunca vem e que aqui esteve presente

Ai que saudade 
Que eu tenho de ter saudade
Saudades de ter alguém
Que aqui está e não existe
Sentir-me triste
Só por me sentir tão bem
E alegre sentir-me bem
Só por eu andar tão triste

Ai se eu pudesse não cantar "ai se eu pudesse"
E lamentasse não ter mais nenhum lamento
talvez ouvisse no silêncio que fizesse
Uma voz que fosse minha cantar alguém cá dentro

Ai que desgraça esta sorte que me assiste
Ai mas que sorte eu viver tão desgraçada
Na incerteza que nada mais certo existe
Além da grande incerteza de não estar certa de nada.


Letra Pedro da Silva Martins
Repertório de Ana Moura

...


Porque gosto esta estação


Mais um dia dedicado à apresentação final

O dia tão temido e tão desejado está a ficar cada fez mais próximo, o dia da defesa do meu último trabalho académico.
Sim, estou nervosa.
Sim, estou ansiosa.
Sim, fico com o estômago do avesso cada vez que penso no assunto.

No dia 3 de Dezembro pelas 10:30 da manhã estarei numa sala, com muita ou pouca gente, a falar sobre o trabalho que realizei nos primeiros 6 meses deste ano.
Hoje foi mais um dia de trabalho e luta. Dos 61 diapositivos iniciais, chegaram a ser 50 e neste momento estão pelos 38. Um número mais satisfatório, mas não o desejado, para quem tem apenas 20 minutos de antena.
Amanhã será mais um dia de treino e tentativa para reduzir mais um pouco este número de diapositivos.  Não sei onde, mas alguma coisa hei de conseguir tirar.

Sinceramente... Serei uma pessoa muito mais feliz, calma, relaxada e até equilibrada, quando tiver isto tudo despachado. 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Este blog não é de receitas mas... #1


Adorei este bolo.
Ainda ontem o fiz e já não resta muito.
Para os mais curiosos, ou para quem gosta de bolo de chocolate mas que não quer ter muito trabalho na sua confecção, aqui vai a receita deste bolo maravilhoso.

BOLO DE CHOCOLATE DO “SALSA E COENTROS”

100 g de chocolate “Belleville”
100 g de chocolate com 70% de cacau
150 g de açúcar
150 de manteiga derretida
40 g de farinha
10 g de fermento
4 ovos inteiros

Bate-se o açúcar com a manteiga derretida. Derrete-se o chocolate e junta-se ao açúcar com a manteiga. Adiciona-se a farinha com o fermento e por fim juntam-se os ovos inteiros
Unta-se a forma com papel vegetal e barra-se com manteiga a forma e o papel muito bem. Vai ao forno pré-aquecido a 170º durante 20 minutos.

E Bom apetite!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A música, o ambiente, as pessoas, os movimentos...


É tudo tão belo!

Mais um momento de decisão

Não tem de haver uma justificação para tudo aquilo que decidimos. Quando as nossas decisões provêm dos sentimentos e que, por mais rebuscadas que sejam as palavras proferidas, nenhuma delas é a chave certa para descodificar a tomada das nossas escolhas. 
Depois da escolha feita há o seu reverso. Aquele que não estávamos à espera de sentir ou aquele que talvez não quiséssemos sentir.
Qual fórmula? Qual a equação de a+b=c? A vida não é assim tão linear que nos permita dar asas à nossa liberdade.
Livres? Quem falou que somos livres? A primeira condição está em nós mesmos, naquilo que sentimos pelas coisas, pelas pessoas ou pelas acções e momentos. 
Respeito
Bem-querer
É difícil quando as nossas decisões magoam o outro. 
É difícil aceitar quando sabemos que essas mesmas decisões são a melhor coisas a fazer. 

Mas está tudo bem.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Sacos de borracha


A ideia que tinha deste tipo de objectos era que os seus únicos utilizadores eram os velhotes. 
Hoje decidi adquirir um saco de borracha para água quente e digo que estou muito satisfeita com ele. Dá para pôr ao colo enquanto faço os meus trabalhos, dá para pôr na cama para ir aquecendo os lençóis, dá para andar com ele debaixo do braço... E tudo isto apenas gastando água e o seu aquecer.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

E quando mais nada podia acontecer...

... No meio da correria, debaixo de uma chuva intensa, o meu chapéu parte-se. Olhei para ele, encolhi os ombros, e lá foi para o primeiro caixote do lixo que me apareceu! O resto do caminho foi a correr mas desta vez sem chapéu!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Finalmente a lavagem tão esperada


Desde Setembro que estou a morar sozinha.
Desde Setembro que, entre a casa da terra e a casa de Lisboa, tenho partilhado a despesa da lavagem da minha roupa.
Este fim-de-semana recebi uma máquina de lavar roupa, e mal a roupa saiu da máquina senti o tão característico cheiro dos detergentes esquecidos na prateleira.
Hoje eles voltaram a ser usados... E que felicidade me deram ao recordar o seu cheirinho!

sábado, 3 de novembro de 2012

O primeiro concerto em Castelo Branco. Meu e dele!

Foi na noite de 1 de Novembro de 2012 que o cantor português David Fonseca deu o seu primeiro concerto a solo na cidade de Castelo Branco. 
A casa não estava cheia mas estava acolhedora. O ambiente era de expectativa já que a própria organização do palco proporcionava a esse sentimento. 
Uma bola gigante dava cor ao palco ao mesmo tempo que  servia como base para reflectir os nomes dos meses do ano - ligação feita ao seu mais recente algo "seasons". 



O concerto começou à hora marcada, 21:30, e até por volta das 23h o cantor demonstrou aquilo que vale. Uma pessoa tímida, no entanto, também demonstrou ser uma pessoa com um enorme sentido de humor. Nesse aspecto adorei.
Por outro lado houve a própria construção do palco que, ao longo do concerto, foi ganhando nova vida. Se no início apenas havia a grande bola onde transmitia o que as pequenas câmaras espalhadas pelo palco captavam, houve também o aparecimento de grupos de balões todos coloridos - também estes relacionados com a imagem do seu último CD - bem como bolas reflectoras. Toda a imagem do espectáculo rondava as cores coloridas do CD e até da própria imagem do David Fonseca.
É claro que, e por falar em imagem deste cantor, o belo do All Star no seu pezinho foi algo que não faltou.





A bateria captada por uma das pequenas câmaras.








No final do concerto houve uma secção de autógrafos no qual passámos imenso tempo na fila. Era 00:30 e ainda estávamos à espera da nossa vez. Eu não queria um autografo. O que eu queria mesmo era uma fotografia, nada mais. 
Como o cansaço já começava a pesar no corpo deixamos os autógrafos e fotografias para um outra ocasião.

No dia seguinte voltei para o meu novo trabalho, uma loja de rua. 
Ainda no decorrer do horário da manha, qual não foi o meu espanto quando a minha colega de trabalho diz, "olha, aquele ali parece mesmo o David Fonseca" - um homem calmo de máquina fotográfica ao punho a tirar uma fotografia a um arbusto. Claro que a menina aqui exaltou-se logo, como uma jovem histérica, lá fui eu ter com ele a correr de bloco e caneta na mão. Como o homem já ia longe resolvi gritar pelo nome "DAVID". Parou no meio da passadeira, deu meia volta (muito calmamente), e dirigiu-se a mim. Conversa muito rápida, perguntou-me se tinha gostado do concerto e agradeceu por ter ido.
No regresso ao trabalho tinha o coração a 1000 e um autografo na mão.
(=

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Mais um ano



Pelo reaparecimento deste anúncio na televisão, relembra-nos a fase das prendas e dos doces. 
Este ano o música da Popota é da versão do Lmfão. 
A minha opinião em relação à protagonista é que o seu modelito já viu dias melhores.  

Por aqui a constipação já deu de si...


... E em força!

domingo, 28 de outubro de 2012

Uma supresa



A Pastelaria Signo Aquarius é daqueles lugares que vende estas pequenas delicias envolvidas nesta caixa bonita que faz pena deitar fora. 
Um sabor a noz e outro a chocolate foram os sabores que me surpreenderam. Bons demais!
Que venham mais destes presentes que a menina agradece!

Tempo

Batem relógios no raiar dos dias,
Por cada batida novas fantasias.
Loucas palavras, luzes cor de mel,
Ventos que trazem nuvens de papel.

Diz-me o que hei-de eu fazer,
Sinto no tempo o meu tempo a morrer
Quanto mais longe mais perto de ti.

Vozes ao longe chamam por mim,
Cantigas, magia, passos de arlequim.
Estrelas cadentes na palma da mão
Milagres, duendes, rasgos de paixão

Ouço os segredos do fundo do mar
Barcos perdidos, sereias a cantar.
Trago o teu nome escrito no peito,
Volta para mim, faz teu o meu leito.

                                 [Pedro Abrunhosa]

sábado, 27 de outubro de 2012

Finalmente o dia

O dia de ir ver Ornatos Violeta chegou. Ir até Lisboa depois de tanto tempo ausente também. 
Mal chegámos à estação do metro do Chiado deparámo-nos com uma fila enorme de pessoas e no fim uma banca com pasteis de nata. "UaU". Como típicas portugas e sem qualquer vergonha perguntámos de estavam a dar. "SIM"
"Bora para a fila!"




Depois destas delícias nada melhor como encontrar um café para escapar à chuva e esperar pelo resto do pessoal que iria ver o concerto tão desejado por todos. 
Nada melhor que ir conhecer o Starbucks de Lisboa, pois até há bem pouco tempo é que soube que Portugal também os tinha. 
Belos tempos que passei em Londres e em Oxford ao sabor de um café e de um muffin. Claro que não resisti em pedir essa guloseima para matar as saudades.
A ansiedade de voltar a saborear este dose e poder matar saudades do seu sabor possuiu-me. Mas desde já aqui escrevo que fiquei desiludida, pois aquele que comi no Starbucks de Lisboa é diferente daqueles que comi tanto em Londres como em Oxford pois no primeiro lugar o muffin ausenta do recheio de chocolate líquido no seu interior. Apesar de ter matado saudades não deixei de ficar um pouco desiludida.
Adiante!




Ainda não eram 21h e já nos encontrávamos na fila para o Coliseu dos Recreios. Era notória a vontade de todos em ver aqueles concerto. As músicas eram recordadas e os nervos aumentavam.  





Começou com aproximadamente 15 minutos de atraso mas o espectáculo vivido valeu o tempo de espera, valeu os 7 meses de ansiedade. Subiram 4 vezes ao palco. A energia das letras, do ritmo das músicas e a vontade de viver o momento fizeram-me suar, como se numa aula de combat estivesse. 
Foi sem dúvida um grande concerto.



Aqui vemos uma pessoa do público a subir ao palco e tocar com eles. Foi lindo!






A música que tardou mas apareceu!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Pérola #25

Já disse que não, obrigada!

"És jovens, tens a vida pela frente, vai para fora."
"Emigra!"
"Este país não tem nada para te oferecer."
"Preferes fazer jardins nos Estados Unidos, ou lavar pratos em Portugal?"

São algumas abordagens que nos últimos tempos mais tenho ouvido. 
Sou jovem e estou prestes a terminar o Mestrado em Arquitectura Paisagista. Embora saiba que, para muita gente estou numa bela altura para pensar em sair deste país cada vez mais afundado em impostos, o que é certo é que, para mim, esse pensamento está muito longe de acontecer, muito longe nos meus objectivos de vida.
Por isso, a resposta que dei quanto à pergunta mencionada em cima foi: "Prefiro lavar pratos em Portugal."
É sonhar pequeno? Não.
É optar por ficar em Portugal, perto da família, dos amigos que optem também por ficar e por me sentir constantemente em casa. 
Já estive em Erasmus e sei o que é viver alguns meses fora do meu país. Gostei da experiência  não gostei do clima, da gastronomia, das poucas horas de sol e senti falta do povo português. Não me via a viver na Suécia. Preciso do nosso clima, preciso das nossas praia, preciso do povo português para me sentir feliz. 
Não quero ir para fora. Quero ficar aqui nem que seja a lavar pratos. 
Será que é assim tão difícil compreender esta minha forma de estar na vida?

domingo, 21 de outubro de 2012

Fotografia/Natureza

The Edge Effect é o mais recente trabalho do fotografo norte-americano Daniel Kukla. Com apenas um espelho de grandes dimensões, um cavalete de pintores e utilizando os elementos naturais do Parque Nacional Joshua Tree, na Califórnia, Daniel conseguiu obter um leque diversificado de imagens de grandes contrastes, ambiências, cores e texturas simultaneamente de grande interacção dos próprios elementos da natureza.
Um trabalho inteligente e de grande interesse e curiosidade para quem o observa.






Mais uma...

Há dias fui ao Centro de Emprego (ou ao Centro de Desemprego, como queiram chamar) e deparei-me com um situação que hoje em dia deve ser muito recorrente em Portugal.
Estava eu à espera da minha vez quando uma rapariga, jovem, entrou e foi até à recepcionista. Indicou-lhe que queria anular a sua inscrição no centro de emprego. Tanto a mulher que a atendeu como eu, pensámos que era uma das poucas pessoas com a sorte de ter conseguido arranjar algo (boa)! Mas, depois do comentário da mulher recepcionista, a jovem informou-lhe que ia para o estrangeiro. 
Afinal, pode ter conseguido encontrar trabalho, mas não foi, com toda a certeza aqui, no país dela!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O tão desejado concerto está mesmo aí


A uma semana do concerto dos Ornatos Violeta em Lisboa, cresce a ansiedade e a expectativa de os ver, de cantar com eles as suas músicas que fui ouvindo ao longo dos anos na esperança que este fenómeno um dia chegasse. É com Elísio Donas (teclados), Kinorm (bateria), Manuel Cruz (voz), Nuno Prata (baixo) e Peixe (guitarra) que no próximo dia 25 o Coliseu dos Recreio vem abaixo!
Começaram por dar apenas um concerto em Lisboa e outro no Porto. Hoje vão em 6 no total (de 25 a 27 de Outubro, em Lisboa, e de 30 a 1 de Novembro, no Porto) e há muito que todos estes concertos estão esgotados. 
A uma semana do primeiro e tão desejado concerto, a revista Visão publicou uma entrevista realizada momentos antes do grupo subir ao palco no Festival Paredes de Coura que aqui passo a transcrever.

Regresso
Manuel Cruz (MC): Foi o culminar de uma pressão positiva, de uma aglomeração de vontades de muitas pessoas... E a circunstância de estarmos dispostos a considerar essa possibilidade,, por causa da distância em relação à época em que nos separámos. Conseguimos ver isto não como um regresso, mas como uma celebração. Não do que fomos, mas do que somos agora.
Elísio Donas (ED): Temos um passado, que são os Ornatos, mas, entretanto, tivemos a necessidade de criar um presente. E os Ornatos foram crescendo um pouco fora de nós, sem nos darmos conta disso...
Kinorm (K): A ideia inicial era um só concerto, mas as coisas foram evoluindo e saíram do nosso controlo.
ED: Tocar num sítio como o Pavilhão Atlântico nunca foi muito o nosso estilo, e a solução foi fazer vários coliseus. Decidimos agendar mais datas para que todos pudessem ir, um pouco como as peças de teatro, que se mantêm em cena enquanto têm público...
MC: Passado todo este tempo, é bonito sentir que a nossa música é algo importante para muitas pessoas. Ao contrário de quando era mais novo, quando disfarçava a falta de confiança com uma certa vaidade e arrogância, hoje sinto-me capaz de aceitar e usufruir essa realidade. Se alguém me diz que uma música nossa foi importante em determinado momento da sua vida, só tenho de me sentir orgulhoso com isso.

Fenómeno
ED: Não tínhamos a noção exacta de como seria. As pessoas à nossa volta, a família e os amigos, diziam-nos que seria assim, mas esses são sempre muito parciais. Na internet, já havia alguns sinais, mas nunca se sabe...
K: Pontualmente, entre nós, sentimo-nos muito bem com a dimensão que isto atingiu, mas depois chegamos à sala de ensaios e esquecemos tudo, só estamos preocupados em que as músicas saiam bem. Quanto ao que se passa fora dali, até é melhor não pensarmos muito nisso. 

Relação
ED: Neste momento, estamos na melhor onda possível, que é estarmos os cinco de novo juntos.
K: Depois da separação da banda, cada um seguiu os seus projectos, conhecemos outras pessoas e outras realidades, mas sempre mantivemos contacto, até porque muitos de nós continuaram a tocar juntos. O Manuel fez parte dos Pluto, com o Peixe. Eu e o Elísio tocámos com o Nuno... Essa rotina de partilharmos, todos os dias, a sala de ensaios é que deixou de existir e, como é natural, afastámo-nos um pouco...
Peixe (P): Mas nunca apagámos os números de telefone uns dos outros...
ED: Como todas as pessoas, temos de trabalhar para ganhar a vida e isso, às vezes, não deixa muito tempo para estar com os amigos. Agora é fantástico reunirmo-nos outra vez, todos os dias da semana, para tocarmos...

Rotinas
ED: Não recuperámos as rotinas, criámos outras, mais saudáveis. E ainda bem que assim foi, porque somos outras pessoas. Agora, só ensaiamos de manhã e à tarde, já não tocamos noite fora. E, em vez de, depois, irmos para os copos, vai cada um para a sua casa...
MC: O mais importante foi sentir que havia sintonia entre nós, porque isso significa que estamos bem uns com os outros. Como tocámos muito tempo juntos, a nível técnico, este regresso seria sempre fácil, mas depois há o outro lado. E a verdade é que nos continuamos a divertir muito juntos, rimo-nos das mesmas parvoíces, ainda gostamos de jogar matraquilhos, até temos uma mesa no estúdio. A  minha dúvida residia em saber como é que a música ia soar agora, porque, quer queiramos quer não, somos pessoas diferentes. As nossas ansiedades são diferentes das de há 15 ou 20 anos. Temos outro modo de ver o mundo... E isso sente-se na música. No início, ainda ouvi os discos, mas, depois, desisti, porque não me queria colar ao registo do passado e tinha de deixar de ter medo de já não ser aquilo que era, na altura. Não queria imitar-me, mas sim tirar prazer das músicas agora. E isso aconteceu.
ED: Conhecemo-nos muito bem e isso é uma vantagem em palco. Basta-me olhar para cada um deles para saber o que estão a sentir...

Separação
MC: Aconteceu, porque éramos uns putos a crescer para a vida, que se viram obrigados a assumir responsabilidades para as quais não estavam preparados. A questão do dinheiro, por exemplo... Hoje sabemos que, de uma forma ou de outra, acabamos sempre por nos desenrascar, mas, na altura, a perspectiva do futuro era uma preocupação. Foram esses medos que determinaram a separação... Estávamos numa situação em que não conseguíamos dar uma resposta comum, enquanto grupo. Havia várias perspectivas individuais, mas nenhuma colectiva. Agora percebo que fizemos o correcto. Continuarmos juntos teria sido um erro...
ED: Acima de tudo, foi o cansaço... Foram onze anos juntos, em que vivemos tudo de forma muito intensa. Chegámos ao cúmulo de morar juntos... Dormíamos a um metro uns dos outros, depois íamos tocar e, no regresso, tirávamos à sorte quem ia lavar a loiça... Era uma coisa doentia, pior que um casamento, porque nem sequer havia sexo...
Nuno Prata (NP): Mas também acabámos por causa da música. Eu, pessoalmente, queria fazer outras coisas, já não me via a encaixar nos Ornatos...
ED: Começámos a querer impor as nossas ideias aos outros...
MC: E, a partir do momento em que o dinheiro entra na equação, tudo se torna mais difícil. Enquanto as coisas não dão dinheiro, não há qualquer tipo de pressão... Mas, depois, era a escolha do single para passar na rádio, eram os alinhamentos dos concertos, era a obrigação de editar de dois em dois anos...
ED: Tínhamos de justificar as nossas decisões perante muita gente e hoje isso não acontece... Antigamente, éramos só os Ornatos, mas hoje o nosso mundo é muito maior, todos temos os nossos próprios projectos, tocámos com muita gente e agora trazemos tudo isso para a banda... Estamos juntos apenas porque nos apetece tocar em conjunto...
P: Para mim, o fim dos Ornatos foi um período doloroso, mas, enquanto músico, foi o melhor que me aconteceu, pois permitiu-me diversificar a minha actividade. 

Futuro
P: Para já, não há nada novo... Fizemos uma ou outra "jam session", em estúdio, mas ainda não gravámos nada.
ED: Às vezes prococamo-nos...
NP: Mas não faz parte dos planos... Quando vejo alguém a inventar algo novo até fico assustado... Digo logo que estamos a perder tempo e devíamos era estar a ensaiar para o espectáculo.
MC: Se essa vontade existir, acabará por acontecer. Mas, se acontecer, já não será Ornatos Violeta, será outra coisa qualquer...

Entrevista na Revista Visão Nº 1024

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Há pensamentos que me tiram do sério

José António Saraiva partilhou no site da Sol um pensamento sobre a situação portuguesa bem como demonstrou que afinal, os políticos portugueses até estão a fazer um bom trabalho, nós, povo portugueses, é que estamos a ser ingratos para com eles. 
Diz que "o ambiente é tão carregado que, mesmo aqueles que pensam que o país está a fazer aquilo que tinha de fazer, não têm coragem para o dizer alto. Envergonham-se. Um dia destes, arriscamo-nos a ter o estrangeiro todo a dizer bem de nós, a elogiar os nossos governantes, a apresentar-nos como exemplo - e nós a fazermos manifestações à porta do Parlamento e a assobiarmos os políticos."
Num país onde a taxa de desemprego está a aumentar, onde apenas se sobrevive (não se vive), onde os jovens têm que se contentar em trabalhar 8 horas por dia a ganhar o ordenado mínimo que lhes serve para pagar a casa e as contas, e onde há cada vez mais famílias a entregarem as suas casas aos bancos por não as conseguir pagar, nós, povo português  devemos agradecer por estes feitos, porque afinal, podemos não ter comida para viver e um tecto para dormir, mas a Europa está a ver-nos com bons olhos. 
Senhor José António Saraiva, gostava de saber se o seu discurso seria o mesmo, aquele onde defende que os nossos políticos estão a ir no caminho certo, se por acaso deixasse de ter dinheiro para dar de comer aos seus filhos em virtude da subida de impostos que o Governo, que tanto elogia, está a fazer!!!

Hoje é daqueles dias...


...que só apetece estar em casa, ver um filme e ouvir a chuva lá fora...

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Pérola #24

Porquê apenas o cigarro?

Já há alguns anos que vemos nas caixas dos cigarros mensagens como, "Fumar mata" ou "Os fumadores morrem prematuramente". Ainda me pergunto o porquê da iniciativa, qual o seu objectivo, já que quando estas mensagens começaram a surgir a questão de que o cigarro apenas fazia mal era de conhecimento público. Por outro lado, este tipo de mensagens não são milagrosas, são sim horrendas. Para além destes escritos nos maços de cigarros, há também a componente das imagens expostas nas ruas, em cartazes ou nos postos de saúde, ainda mais horrendas, que nos mostram os efeitos dos cigarros na saúde humana, como a dos pulmões pretos, pessoas sem dentes, vestígios de cancros provocados pelos cigarros consumidos entre outras realidades e características.  
O que ainda não percebi, e transcrevendo a mensagem que recebi via mail, é porque é que ainda não se começa a colocar imagens e mensagens em casos como, pessoas obesas nos pacotes de batatas fritas, animais torturados nos produtos cosméticos, os trágicos acidentes de trânsito nas garrafas e latas de bebidas alcoólicas, pessoas sem tecto e sem comida nas contas da água e da luz, e de políticos corruptos nos guias de pagamento de impostos? É só o tabaco que nos faz mal? É só o tabaco que nos destrói a saúde física e  até mental? 

Este ano eu portei-me, e continuo a portar-me, muito bem...



Lindas, lindas, lindas e de fabrico nacional, são estas botas que acabo de me apaixonar. Tenho realmente muita pena ao seu preço que me obriga a vê-las apenas em pés alheios. 

domingo, 14 de outubro de 2012

E é assim...


É Outubro,
Vim da terra,
O meu jantar foi... Um único fruto: Dióspiros.

Gosto tanto destas ideias!

Hoje o céu ofereceu...



Este fim-de-semana foi em Idanha-a-Velha




De longe pouco se via, mas ao passar a curva, a terra apareceu. Idanha-a-Velha acolheu este fim-de-semana a Festa do Pão. Durante o tempo de exposição várias barracas expunham os produtos regionais ao mesmo tempo que a alegria dada por um grupo de batuques preenchia a atmosfera do espaço pequeno, mas muito acolhedor. 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Há músicas...



... Que são mais que músicas.
... Que são mais que letras.
... São momentos.
... São épocas.
... São nostalgia.
... São felicidade.

O estado da aldeia


É cada vez mais flagrante o abandono e o vazio que as aldeias portuguesas estão a viver nos dias de hoje. Estão a ficar sem jovens, sem vida, sem movimento. 
Longe do mundo que está para além da periferia da vivência, ou até da convivência, o povo vive o dia-a-dia sem preocupações, sem pressas (para quê?) e sem jovens.
As pessoas de fora começam a ser estranhas para a calçada gasta pelo tempo e pelo uso de outrora. Os velhos que ficam perguntam, com mais frequência, "quem é aquela(e) menina(o)?" "de quem é filha(o)?" expectantes por verem uma cara que lhes é nova, que lhes é fora do seu círculo de caras diárias.
A aldeia anda a ficar com menos caras novas e quando as vêem é por um curto espaço de tempo.  
Não querem saber porque não conhecem. 
Não gostam de estar cá porque não têm com quem conviver. Têm os dias vazios, tal como os velhotes da aldeia.
A cada Verão que passa, já não é cheio, já não é feito de amores e desamores, das primeiras festas, das primeiras saídas, da expectativa da próxima festa, das tardes de calor em excesso, das parvoíces de quem não tem nada para fazer, dos percursos longos de bicicleta, das canções que nos enchem a voz e o coração... Enfim, eternos momentos que ficaram para sempre no coração de quem os viveu, de quem os sentiu em pleno e por fim, de quem sabe o gosto de que é ter uma terra para viver as férias de Verão.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Há coisas que nos passam ao lado


O aluno do ISCSP que terá assobiado e insultado o primeiro-ministro foi alvo de um inquérito  disciplinar. Aqui está um procedimento potencialmente arriscado. Dêmos graças a Deus pelo "numerus clausus", porque se todo o povo português pudesse frequentar o ISCSP, a Portucel não conseguiria produzir resmas suficientes para registar tanto processo. Impossibilitado pelo regulamento académico de inquirir toda a população de Portugal, o presidente do ISCSP teve de contentar-se com uma única inquirição.
Infelizmente, as notícias sobre o caso não revelam o teor do insulto proferido. Numa altura em que milhares  de cidadãos se manifestam com sanha, gritam palavras de ordem azedas, concebem cartazes obscenos e ainda injuriam avulsamente no dia-a-dia, um rapaz de 20 anos onsegue congeminar um insulto que se destaca de todos os outros. Que estupenda ignomínia foi essa? Os jornais não dizem, o que é significativo do estado em que se encontra o jornalismo português. 
Do ponto de vista académico, o jovem merece menos um inquérito do que um louvor. Para um estudante de um instituto de ciência política, insultar o primeiro-ministro não é passatempo, é dissertação; não é protesto, é TPC. Além disso, o insulto foi tão bem concebido que chamou a atenção de um segurança do primeiro.ministro, que, perante a gravidade da ofensa, se sentiu na obrigação de ser, mais do que guarda-costas, guarda-dignidades.
É possível que o insulto permaneça na obscuridade por acção zelosa dos serviços secretos. Se uma ofensa desta dimensão caísse no domínio público, qualquer cidadão poderia utilizá-la, em todo o lado e a toda a hora, mortificando continuadamente a honra do primeiro-ministro. Trata-se, pelos vistos, de um enxovalho de maledicência maciça, e não admira que tenha sido decidido, ao mais alto nível, abafá-lo.
Em defesa do estudante, tem sido dito que o governo também insulta os portugueses. E deu-se como exemplo a recente intervenção de António Borges, segundo o qual os empresários portugueses críticos da TSU não passariam do primeiro ano do curso que lecciona na universidade. Ora, sucede que isto não é um insulto. António Borges não está a sugerir que os empresários não seriam capazes de obter a licenciatura. Não passar do primeiro ano não impede ninguém de tirar o curso. Miguel Relvas não passou do primeiro ano e nem por isso deixou de se licenciar. Temos mesmo de parar de ser tão sensíveis.


Ricardo Araújo Pereira