domingo, 19 de fevereiro de 2012

Carnaval 2012

Este ano o Carnaval parece que já seu aquilo que tinha a dar, pelo menos no Município de Castelo Branco.
Na sexta-feira começou assim:
As escolinhas de Castelo Branco a desfilarem as suas crianças pelas ruas da cidade. 
Muitos meninos e meninas se viram, contentes por terem poderes, por terem uma saia comprida e uma estrela, por estarem diferentes, ou simplesmente por fazerem parar o trânsito de Castelo Branco só para os mais curioso ou parentes os verem desfilar. Tanto num caso como no outro, o que é certo é que o cenário neste cidade mudou e tudo parecia ter ganho nova cor, nova vida.

Como estou aqui tão perto da terrinha que me viu crescer, dei um saltinho até lá. O calor era muito, a terra era seca e a vegetação amarela. Parecia que tínhamos chegado ao Verão. As pessoas eram poucas, os jovens nem vê-los e os trajes propícios à época contavam-se pelos dedos de uma só mão.
Fui a uma terra vizinha, e a rua principal era o reflexo das suas ruas secundárias:
Aldeias vazias: 
    Vazias de vida
    Vazias de movimento
    Vazias de Carnaval.

Hoje houve o típico almoço comunitário e esse almoço veio comprovar as minhas suspeitas: na terra onde cresci juntamente com outras pessoas, apenas era eu a única jovem que se tinha deslocado até à terra para celebrar o Carnaval.

Não se foi pelas medidas tomadas pelo governo ou não, o que é certo é que não houve vida jovem por estes lados no Carnaval de 2012. 
A terra está a envelhecer e com ela vão os tradições, apagam-se as memórias que aqui existem e que formam o ondulado do quotidiano de quem aqui vive. 
Fiquei triste, fiquei!
Bati de frente com uma realidade que há muito se fala, mas apenas oiço falar. 
Hoje bati com ela de frente!
Pessoas que anseiam e desejam pela chegada das pequenas datas, como o Carnaval, para as viver esse dia de maneira diferente. São as pessoas que vêm a sua vida mais envolvida numa rotina sem movimento que provocam e dão nome à época do Carnaval dessas pequenas localidades.
Foi um Carnaval calmo, alegre, mas ao mesmo tempo, batendo-me com esta triste realidade, com este problema que tanto afecta o Município de Castelo Branco.

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