domingo, 26 de fevereiro de 2012

O interior do país está a "morrer"


O Secretário-geral do PS, António José Seguro, há dias alertou para o facto de que o interior de Portugal está a "morrer". Há cada vez mais idosos, há cada vez menos jovens a viver nas terras longe das grandes cidades, longe do litoral.
Esta realidade tem duas questões: Como convencer os jovens a viverem neste lado do país? O que promover para que o idoso deixe de ser um fardo para a sociedade?
A nova realidade de Portugal não é apenas visível no interior mas na sua totalidade, a população portuguesa está a envelhecer a olhos visto e isso é um problema demográfico que vai tender a aumentar. Instabilidade financeira provavelmente será um dos motivos para que o número de nascimentos diminua, e como a crise em Portugal veio e ainda promete estar por cá durante alguns aninhos, irá ser natural que o número de bebés seja o resultado nessa asfixia orçamental.
É nas grandes cidades que a oferta de trabalho é maior, as oportunidades sejam mais frequentes, as vias de comunicação sejam mais rápidas e em maior número. Todos estes factores chamam os jovens para estes grandes centros urbanos. Com isto as cidades mais pequenas ficam apenas com os velhotes e com aqueles que já têm o seu trabalho. Não havendo ofertas, não havendo onde procurar trabalho, o senso comum será ir procurar onde poderá haver, provavelmente nesses grandes centros urbanos.
Eu sou daquelas jovens que adorava fazer a minha vida numa cidade do interior, Castelo Branco por exemplo, adorava ficar aqui, ao pé da população envelhecida, mas o mais certo é, se não conseguir ficar onde estou ou algo parecido, o mais provável é voltar para a casa da mãe e tentar a minha sorte noutra terra qualquer. Depois oiço dizer que o interior está a "morrer"! Sinceramente não sei se me apetece rir ou se me apetece chorar. 
No que toca à população envelhecida e o facto de estar a tornar-se num peso social, hoje em dia o que está a acontecer é seguirmos pelo caminho mais fácil e que dê menos chatices: colocar os velhotes num lar e a partir daí começam a ver os seus dias a passarem à espera, literalmente, que a morte os venha buscar.
Numa zona onde as tradições como o artesanato estão a cair no esquecimento, porque não poder dar a oportunidade de chegar essa arte aos mais jovens a partir dos velhotes? Porque não haver peças feitas por eles e para serem expostas nas feiras e eventos? Porque não haver actividades pedagógicas que interliguem tanto os mais pequenos como os mais velhotes?
Mas não! É simples, é barato e é mais conveniente colocar os velhotes em sofás e deixá-los estar assim bem quietinhos e bem caladinhos!

Sem comentários: