segunda-feira, 6 de outubro de 2008

...Vamos reflectir!!


"O que penso eu do Mundo?
Sei lá o que penso eu do Mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.
Que ideia tenho eu das coisas?
Que opinião tenho sobre as causas e dos efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).
O mistério das coisas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o Sol
E a pensar muitas coisas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o Sol,
E já não pode pensar em nada,
Porue a luz do Sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do Sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa..." Alberto Caeiro
Sentada num rochedo observo tudo ao meu redor. Observo e imagino a história de cada elemento que me circunda.
O que lhe aconteceu? Porquê que veio ele parar aqui? Porque é que ele tem esta forma? O que é que ele faz aqui? Aqui?!
Todas estas perguntas atravessam o meu pensamento e invadem-me num sentimento existencial. Encaminham o meu raciocínio para a criação de todas as coisas, toda esta realidade, de tudo o que hoje a minha visão capta.
Porque é que isto tudo existe?
Tudo tem uma essência, tudo tem um significado, um passado, um tempo, um futuro que nos transportam para um tempo inexistente, um tempo que só a nós pertence.
Nada existe por acaso. Tudo tem uma justificação, quer estética, quer funcionalmente e em cada momento do dia, do mês, do ano e, mesmo em cada momento da história, o que nos rodeia é vivido e sentido de maneiras completamente distintas. Um valor que cada um de nós transmite a cada elemento sentido e que o torna diferente de cada outro.
Ai encontramos a essência de cada elemento que pertence e nos dá sentido à nossa vida.
Ahh… Como somos livres… Como podemos levar a nossa imaginação, os nossos pensamentos para tão longe, voando no tempo sem ter que pagar portagem, sem ter que gastar nada para voar e conseguirmo-nos libertar desta realidade, desta sociedade tão obediente.
Podemos tão bem soltarmo-nos de barreiras físicas e visuais para estarmos livres no pensamento e na alma. Afinal:
“O que penso eu do Mundo?
(…)
Se eu adoecesse pensaria nisso.”

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