Uma brisa abraça o corpo que observa o infinito. Afixa-se a ver as dunas a movimentarem-se, o mar quieto e os pequenos grãos de areia a dançarem ao sabor do vento. Nisto conta uma história na sua cabeça.
Um horizonte interminável leva-o para bem longe. Imagina como este lugar se sente. Olha o mar com as suas ondas e vê um mistério.
Um horizonte interminável leva-o para bem longe. Imagina como este lugar se sente. Olha o mar com as suas ondas e vê um mistério.
"Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços."
Voltando à superfície olha a indústria que se encontra à sua frente. Olha para trás e quer voltar. Não quer a vida que o acolheu. Quer voltar ao mundo feliz, de uma inteligência rara, pura e amiga que o faz sentir ignorante e patético. É um ser humano rodeado de animais.Não pode voltar aquele mundo azul pois algo o espera no mundo cinzento.
A responsabilidade, as intrigas, os olhares, o trabalho, a realidade fria que o envolve.
A família, a amizade, a felicidade, as aventuras, os prazeres, os afectos, foi uma
realidade que encontrou no mundo que quer pertencer.
(Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen)
1 comentário:
Muito, muito bonito!!!
Beijo doce
s
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