quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Uma cidade ausente de autenticidade

Sociedade pós-moderna gera pessoas pós-modernas. Somos gerados e criados não mais para sermos bons cidadãos, mas sim para sermos bons consumidores. Somos desde cedo alimentados de leite e cultura. Se hoje cada vez mais os pais estão fora de casa ocupados com as suas carreiras profissionais e sobrevivência, ideologicamente os filhos estão a ser socializados pela publicidade e mídia. A televisão, assim, por exemplo, é um braço ideológico e educacional do sistema capitalista. Poucos parecem dar-se conta do quanto são condicionados pelos meios de comunicação de massa. Quanto mais cedo se é socializado pela mídia mais fácil é perceber a sua manipulação sobre nós. Não uma manipulação de uma elite ou de um grupo de maquiavélicos, mas uma manipulação de um sistema como um todo. Condiciona-se, dessa maneira, crianças, jovens e adultos, a uma existência voltada ao consumo, consumo este a serviço dos nossos instintos animais comer, beber, fazer sexo, proteger-se e relaxar. O amor dos pais para com os seus filhos é cada vez menos, o afecto e a cumplicidade do partilhar e o carinho do toque e do afago, sendo cada vez mais materializado na compra de presente e bens de consumo. Não sei se aqui há uma compensação ao sentimento de culpa pelo afastamento da proximidade com os filhos, visto que a sua carga horária é diminuta e atomizada pelas obrigações e preocupações, com o trabalho e a carreira profissional, apenas observa-se que a amorosidade é cada vez mais coisificada e materializada nos objectos e quinquilharias que parecem substituir a ausência dos pais.
Pensamento retirado daqui.

No meu das minhas andanças por outros blogs encontrei este excerto de um texto que me cativou à medida que o fui lendo porque realmente é isto mesmo que se passa com a sociedade que estamos a criar, uma sociedade consumista, que olha para aquilo que o outro tem sem muitas vezes pensar naquilo que realmente é ou precisa.
Penso que esse consumismo tende a aumentar, o tempo de afecto tende a diminuir, o lado material nas nossas crianças vai gerar a frieza dos seus actos, os mimos irritantes de que não pode ser contrariada. Irá criar uma geração de pessoas frustradas que, não sendo estas contrariadas e irresponsáveis, quando têm uma dificuldade deixam para o próximo resolver. Irá criar uma geração de pessoas fúteis e frágeis de pensamentos e de críticas.
É isto que se quer?


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